A polícia e a Promotoria da província de Santa Fé, na Argentina, confirmaram neste domingo (10) a morte do chefe da torcida organizada do Rosario Central e outro membro do grupo, após sofrerem ataques a tiros. Os dois foram baleados nas proximidades do estádio Gigante de Arroyito, no sábado (9), após a derrota da equipe para o San Lorenzo, pelo campeonato argentino.
As vítimas foram identificadas como Andres "Pillin" Bracamonte, de 53 anos, conhecido líder da barra do Rosario Central por vários anos, e Daniel "Rana" Atardo, de 55, identificado como seu principal colaborador.
— Temos que trabalhar duro para esclarecer tudo e rapidamente para dar uma resposta à sociedade — disse o chefe de polícia de Santa Fé, Luis Maldonado, a uma rádio local.
Existe uma preocupação forte na cidade de Rosario devido a onda de crimes, principalmente derivadas de brigas entre torcidas organizadas.
As vítimas estavam em uma van, com Bracamonte como motorista, quando "foram interceptadas por pelo menos duas pessoas a pé que dispararam vários tiros contra elas, ferindo-as gravemente e fugindo em seguida", segundo o relatório da Promotoria.
De acordo com a investigação, os feridos foram ajudados por testemunhas e depois levados em veículos particulares para o hospital local, onde foi confirmada a morte.
A emboscada ocorreu a poucas quadras do estádio. A partida não teve torcedores visitantes, portanto, as hipóteses iniciais apontam para um possível confronto entre os barra bravas do próprio Rosario.
Bracamonte sobreviveu a vários ataques a tiros nos últimos anos, em incidentes não resolvidos, em meio a confrontos atribuídos a um acerto de contas entre os barra bravas do Central.
A Promotoria ordenou a coleta de imagens de câmeras de segurança na área, testemunhos de moradores locais e a investigação de ataques anteriores dos quais Bracamonte havia sido vítima, a fim de encontrar possíveis ligações.
Bracamonte não pôde entrar no estádio porque foi proibido pelo "direito de admissão" em eventos esportivos, devido ao seu histórico com os tribunais, mas estava nas proximidades do Gigante de Arroyito quando foi atacado, como era de costume em todas as partidas.
A última das tentativas de assassinato contra ele ocorreu em 10 de agosto, quando foi baleado com seu parceiro enquanto andavam de motocicleta na cidade de Rosário.
Na sexta-feira (8), Bracamonte compareceu a um julgamento contra ele por violência de gênero, no qual a Promotoria pediu que ele fosse condenado a dois anos de prisão. Ele também estava sendo processado por associação ilícita, extorsão e lavagem de dinheiro. Era responsável pela barra brava do Rosario Central há 25 anos e havia sofrido quase 30 atentados contra sua vida.
As brigas entre barra bravas são comuns no futebol argentino, que já registrou mais de 300 mortes em sua história profissional, de acordo com a organização Salvemos al Fútbol.