O Comitê Olímpico do Brasil (COB) acompanha de perto a tragédia causada pela chuva no Rio Grande do Sul e auxilia os atletas gaúchos, que já conseguiram a classificação olímpica ou estão próximos da vaga, a deixarem o Estado com segurança. A entidade busca rotas de saída para que os competidores consigam migrar para outros estados e continuem a preparação para os Jogos Olímpicos de Paris-2024, com início marcado para 26 de julho.
Para algumas modalidades dos tradicionais clubes Sogipa e do Grêmio Náutico União, como águas abertas, ginástica artística e judô, o COB está ajudando no planejamento de saída de Porto Alegre para outras cidades. Uma das alternativas que alguns competidores estão usando para sair da capital gaúcha é ir de carro até Florianópolis, em Santa Catarina, e de lá pegar um voo para outras cidades. A entidade se comprometeu a pagar passagens aéreas, hospedagem e alimentação dos atletas no período que estiverem nestas cidades.
Ainda de acordo com o COB, a judoca Jéssica Lima irá para São Paulo para treinamentos até o final de maio. Já a nadadora de águas abertas Viviane Junglut, que embarca dia 19 deste mês para etapa da Copa do Mundo na Itália, deve ser colocada para treinar no Complexo Maria Lenk, no Rio de Janeiro, antes da viagem.
As ginastas Andreza Lima, Rafaela Severo Oliva e Luiza de Souza Abel têm previsão de saída de Porto Alegre no dia 12 e ficarão treinando no Rio de Janeiro, no CT do COB até o Campeonato Pan-Americano, na Colômbia, no fim de maio. Além disso, há planos de apoio para os treinadores Kiko Klaser (águas abertas), Kiko Pereira (judô), Adriana Alves (ginástica) e Martha Rocha (vela), além da fisioterapeuta Angel Souza.
A entidade também fará uma doação de R$ 100 mil para o Rio Grande do Sul por meio de recursos privados, além de providenciar galões de água para as vítimas das enchentes. Alguns atletas olímpicos também estão se mobilizando para ajudar os afetados. Italo Ferreira afirmou que arrecadou cerca de R$ 100 mil ao vender 10 pranchas de surfe. Todo o valor será destinado à população gaúcha.
Até o início da tarde desta quinta (9), segundo os dados da Defesa Civil do Estado do Rio Grande do Sul, foram registradas 107 mortes, 374 feridos e 136 desaparecidos. O Lago Guaíba ultrapassou a marca de 5,3 metros com as severas chuvas na última semana. Esta é a maior tragédia natural da história do Estado.