Gaúcha de Porto Alegre, Amanda Criscuoli, de 17 anos, continua quebrando marcas na escalada brasileira. No último final de semana, a jovem encadenou (escalou sem quedas) a complexa via “Problema de uma Geração”, localizada em Caxias do Sul, na Serra.
Ao fazer isso, Amanda tornou-se a mulher mais nova do país a encadenar uma via de graduação 10a (a graduação no país vai de 1 a 11) e a primeira mulher a concluir a via. O local fica em uma região conhecida como Noel Rocks. O ambiente possui uma cachoeira ao lado — pode respingar água no escalador e atrapalhar a subida devido ao barulho altíssimo.
— Na segunda tentativa da cadena eu escalei fluída, sem medos, sem bloqueios, só escalei e fui muito feliz. Me senti bem, “voando”, tranquila e leve, eu sabia tudo, todos os movimentos, as costuradas, os pés, os descansos e finalmente encaixei tudo. Quando passei do crux (seção mais difícil de uma via), só conseguia agradecer pela oportunidade, eu tinha convicção de que encadenaria, eu tinha controle do meu cansaço e o tanto que deveria descansar e assim foi, quando descansei sabia que era dali pro top/final e deu tudo certo — disse.
Amanda vem se superando anualmente. Aos 10 anos, tornou-se a mais jovem escaladora brasileira a encadenar uma via de dificuldade 8a no Brasil. Aos 12, repetiu o feito, mas em uma via 9a. Por fim, dois anos depois, conseguiu o encadenar uma via 9b, sendo também a mais jovem brasileira a fazer isso.
GZH contou a história de Amanda na série "Espírito Olímpico" em janeiro, quando abordou esportes olímpicos pouco conhecidos que são praticados no Rio Grande do Sul. A jovem de 17 anos escala desde os seus seis anos e sempre foi apoiada pelos seus pais.
Em 2017, tornou-se a mais jovem escaladora a receber o Prêmio Mosquetão de Ouro na categoria da modalidade. Em 2022, repetiu a proeza, entrando na seleta lista de pessoas que receberam esse prêmio mais de uma vez.
Escalada Esportiva e os Jogos Olímpicos
A escalada esportiva estará em Paris 2024 com um formato diferente: serão duas séries de medalhas por gênero. Ao invés de competir em uma única prova que combina boulder, lead e speed, os atletas vão batalhar pela glória em duas provas: speed; boulder e lead combinados — com uma medalha de ouro em disputa em cada evento.