Fundada em 1989, a Associação Desportiva São Caetano sempre se destacou por ser um clube formador e vendedor de jogadores. A parceria com os times gaúchos se iniciou em 2009, quando o Azulão negociou Mário Fernandes com o Grêmio. Em 2017, surgiu o interesse gremista em Matheus Henrique.
O clube queria contratá-lo para o sub-20. O negócio proposto pelo São Caetano virou um modelo que serviu também para outros casos: emprestou o atleta com opção de compra de 50%, mantendo a outra metade do passe para uma negociação futura.
— Era um bom negócio para nós, que o colocaríamos na vitrine, e um bom negócio para o Grêmio, que teria um grande jogador — afirma o presidente do clube, Nairo Ferreira.
No ano passado, o Grêmio já havia adquirido o percentual estabelecido em contrato. Mas, no início desta temporada, comprou mais 40% — 10% ainda pertencem ao São Caetano. Os valores são mantidos em sigilo.
Matheusinho e Nonato foram destaques na equipe na Série A2 do Paulista. Em 2018, foi a vez de o Inter buscar o meia de cabelos fartos.
— Tinha muitos interessados. Mas aí o Rodrigo Caetano falou comigo e achamos que o Inter seria uma boa. Neste ano, vendemos os 50% ao Inter — conta o presidente.
O sucesso serve de exemplo para quem ainda está por lá.
O centroavante Renan Peixoto, 19 anos, jogou com Nonato e diz que assistir a jovens revelados pelo clube jogando Libertadores e até chegando à Seleção serve de estímulo:
— Nos mostra que, se trabalhar duro, dá para chegar lá.
No alojamento do clube paulista também mora o polivalente Matheus Eduardo, 20 anos, mais conhecido como Orelha. Atacante, que também joga como meia ou lateral:
— A chance não aparece sempre. Eles aproveitaram e estão tendo sucesso. Fico feliz, são grandes caras.
Do São Caetano, mais dois jovens chegaram ao Grêmio em 2019: o atacante Hernandes, 19 anos, e o meia Gabriel, 17.
— O Hernandes é grandão, fazedor de gols. A gente chamava ele de Jô, porque é parecido com o atacante que era do Corinthians.
Sobre Gabrielzinho surge um forte elogio do treinador do sub-17, Marquinhos Pitbull:
— Você pode rir da minha cara, mas ele parece o Neymar. É muito acima da média. Sou fã dele. Ele não joga, ele brinca. É veloz, tem bom passe, ambidestro. Posso estar falando uma besteira, mas se ele mantiver o foco, será ainda melhor do que Matheus e Nonato. Daqui alguns anos, vai estar na Seleção Brasileira. Pode me cobrar.