Com idade ainda para disputar a próxima Olimpíada, Gabriel Jesus já é um veterano na Seleção Brasileira e um dos principais destaques da Era Tite. Pela quarta vez ele estará enfrentando a Argentina e reconhece o peso do clássico num momento em que a equipe passa por um jejum de vitórias em quatro jogos após a conquista da Copa América.
— Sempre é bom jogar um "dérbi" e Brasil e Argentina é o maior clássico do futebol mundial. A gente precisa entrar em campo e fazer por merecer. Tem craques dos dois lados. Tenho boas recordações deste jogo. Ganhei três e perdi um. Estou bem e espero manter o retrospecto. É óbvio que este momento que estamos vivendo depois da Copa América complica um pouco, mas, por se tratar de clássico, a gente tem de ganhar — afirmou.
Mais uma vez o atacante terá pela frente alguns parceiros de Manchester City. Ele admite que sua relação é mais descontraída com o zagueiro Otamendi, embora a entrada violenta ocorrida no amistoso de 2017 na Austrália em que o argentino lhe fraturou o osso da face numa disputa:
— Eu e o Aguero não falamos nada. Apenas zoei com o Otamendi, lembrando dos jogos passados e dizendo que, se ele trombar comigo, desta vez vou devolver. Quando estamos no clube, nadamos no mesmo sentido. Agora é cada um para seu lado. É rivalidade.
Sua experiência e a confiança de Tite, que o manteve como titular até em momentos ruins como na Copa do Mundo, não fazem de Gabriel Jesus alguém acomodado. Ele reconhece que o ciclo da Copa do Catar está apenas começando e que muitos jovens estão aparecendo bem no setor ofensivo.
— Surgiram muitos jogadores recentemente como Wesley, Rodrygo e Vinícius Júnior. Ainda tem dois anos para a Copa e mais gente vai surgir. Tem muita gente com possibilidade de vir e disputar uma vaga. Ganha a Seleção com isto — acrescentou.
Quando se fala na Copa do Catar, o atacante do Manchester City mostra a vontade de ir ao próximo mundial para completar uma missão:
— Eu sempre sonhei em estar numa Copa do Mundo. Foi tudo muito rápido. Realizei o primeiro sonho, o de jogar. As coisas não aconteceram completamente e vou trabalhar para ter outra chance para completar o sonho e conquistar o título.
Com seu início muito cedo, hoje ele se mostra experiente o suficiente para orientar os mais jovens ainda e que estão chegando:
— Eu cheguei na Seleção muito cedo e ainda aprendo com os mais experientes. Muitos me ajudaram e, se tiver que falar alguma coisa a estes garotos vou fazer como fizeram comigo. A recepção aqui na Seleção é muito boa para todos. Quem chega é levado a jogar sem pressão.
Com seus 22 anos, Gabriel pode estar na próxima Olimpíada sem ser exceção pela idade. Medalha de ouro em 2016, o atacante também é candidato no ano que vem a tentar outro bicampeonato, o da Copa América.
— Quando estava no Palmeiras, eu fui liberado para a Olimpíada. Sei o quanto é gostoso ganhar, como aconteceu na Copa América. Por mim, jogo as duas, mas não sendo liberação obrigatória, eu estou no City e dependo deles. Se me perguntarem, claro que quero jogar — destacou.
Mesmo alternando em seu clube momentos de titularidade e muitos de suplência, Gabriel Jesus não deixa de lembrar que o treinador Pep Guardiola foi quem pediu sua contratação junto ao Palmeiras. O atacante garante que mudou algumas coisas e que segue evoluindo nas mãos de seu comandante.
— Estou mais tranquilo, mais calmo. Passei a saber dosar mais meu jogo. O Guardiola sabe trabalhar com jovens. Aprendo com ele coisas novas a cada dia — ressaltou.
Ao lado de Gabriel Jesus contra a Argentina deverá estar Roberto Firmino, faltando a oficialização se a composição de Tite para o ataque inclui o experiente Willian ou o novato Rodrygo na vaga de Neymar.