Há cinco anos na China, Marcelo Moreno foi a atração da última edição do Planeta Bola, da Rádio Gaúcha. O boliviano falou sobre o Grêmio, onde atuou em 2012, a seleção da Bolívia e a evolução do futebol chinês no período em que joga no país. Confira os principais trechos:
Grêmio
Existe um estádio novo, um centro de treinamento diferente, que dá todas as condições de trabalho. Já tinha muita gente do Grêmio que trabalhavam no vestiário e queriam o bem do clube. Essas pessoas permaneceram e isso é bom. Hoje, o Renato monta o grupo, faz amizade com os jogadores e, ao mesmo tempo, existe cobrança, que faz com que os jogadores possam jogar soltos. Isso mostra um padrão de jogo que encanta. Jogam um futebol bonito, ganham títulos. Tentamos isso em 2012 com Zé Roberto, Dida, Elano, Kléber. Todos diziam que conseguiríamos ser campeões, mas é um processo que vem de algum tempo. Fico feliz de ter ajudado e ver os companheiros conquistando títulos.
Continua acompanhando Grêmio e Cruzeiro?
Às vezes, eu olho (os jogos). Mas os jogos não são em horário muito acessível para mim. Por exemplo, há pouco o Cruzeiro jogou às 6h da manhã aqui para mim. Aí não consigo olhar, pois já tenho que sair para treinar. Mas tenho amigos no Cruzeiro e no Grêmio. Estou sempre torcendo por eles, para fazerem um bom campeonato. Cada time tem de fazer o melhor, são diferentes, com treinadores que pensam diferente na questão tática, mas apresentam dois dos melhores desempenhos do futebol do Brasil, sem dúvidas.
Futebol chinês
É uma experiência muito boa para mim, que me ajuda a crescer bastante como pessoa e como atleta. É outro lugar, outra cultura. São cinco anos de China e me sinto bem adaptado. Sou respeitado aqui, posso mostrar meu trabalho. Me sinto bem e sou muito grato. Sempre bate aquela saudade de jogar no Brasil, mesmo sabendo que o nível do futebol aqui tem melhorado bastante.
Seleção boliviana
A seleção da Bolívia não tem esse investimento que a China vem tendo, por exemplo. Isso dificulta muito para você ter um padrão de jogo, uma formação tática diferente, um centro esportivo que a China tem e a Bolívia não. Não dá para trabalhar igual. Acredito que se houver preparação e investimento por gente que gosta de futebol e conheça a área, o futebol boliviano vai evoluir. Mas precisa dessas coisas para a gente melhorar.