Na última sexta-feira (26), o Boletim Informativo Diário (BID) da CBF divulgou a rescisão de contrato de Luciano com o Fluminense. Agora, o Grêmio aguarda a documentação do Leganés, da Espanha, para regularizá-lo e anunciá-lo oficialmente. Aos 26 anos, profissionalizado desde 2012, o atacante está prestes a defender o sétimo clube de sua carreira.
Em Porto Alegre, Luciano terá de readquirir o ritmo de jogo, pois já está há quase dois meses sem entrar em campo. Sua última partida oficial foi no dia 9 de junho, no Fla-Flu que terminou empatado em 0 a 0, pela oitava rodada do Brasileirão. Após a retomada da Copa América, o atacante pediu para ficar de fora do jogo contra o Ceará porque negociava sua saída para o Atlético-MG. Porém, o Grêmio se atravessou no negócio e venceu a disputa.
— Ele estava treinando aqui normalmente. Talvez precise recuperar um pouco do ritmo de jogo, mas em termos de condições físicas não tem problema nenhum. Era um dos que mais tinha jogado pelo Fluminense e estava voando fisicamente — destaca o repórter da Rádio CBN, Victor Lessa — Vinha em um excelente início de temporada e ainda é o artilheiro da equipe, com 15 gols— completa.
É justamente neste retrospecto com a camisa do tricolor carioca que a diretoria gremista aposta para ter um novo centroavante titular. Em praticamente um ano de Laranjeiras, ele marcou 20 gols em 55 jogos. Nem sempre sendo a referência do ataque.
Dentro de campo, ele tem essa capacidade de jogar mais aberto ou centralizado
VICTOR LESSA
Repórter da Rádio CBN sobre o atacante Luciano
— Ele jogava um pouco mais aberto pela direita, mas tinha total liberdade para voltar e organizar as jogadas, mesmo com o Ganso no time. Flutuava muito, sendo mais um organizador e tinha a confiança do Fernando Diniz (treinador), tanto que era o capitão quando o Digão não jogava. Dentro de campo, ele tem essa capacidade de jogar mais aberto ou centralizado. Dependendo da necessidade do Renato Gaúcho, pode fazer as duas funções — comenta Lessa.
A versatilidade é uma das marcas na carreira de Luciano. Revelado pelo Atlético-GO, acabou assinando com o Avaí e, já na temporada seguinte, foi comprado pelo Corinthians. Foram dois anos e meio vestindo a camisa do time paulista. Na primeira temporada, em 2014, sob o comando de Mano Menezes, era reserva da equipe que tinha Paolo Guerrero, e muitas vezes ingressava aberto pela ponta, no lugar de Malcom ou Romero. Em 2015, estava no elenco de Tite que foi campeão brasileiro, mas ficou de fora da reta final após romper o ligamento cruzado anterior do joelho direito.
Por fim, em 2016, a exemplo do que acontecerá na Arena do Grêmio, protagonizou com André uma disputa pelo comando do ataque corintiano — iniciou como titular em 16 vezes, contra 20 de seu "rival". Curiosamente, eles saíram juntos: Luciano repassado à Espanha, André ao Sporting, de Portugal.
— Basicamente, eles conviveram por oito meses, chegando a jogar juntos algumas partidas. A média de gols foi parecida, mas a diferença de impressão que eles deixaram é muito grande. André deixou uma impressão de indolência, de não se dedicar como deveria, e o Luciano foi muito importante. Fez seis vezes mais gols, mas não só por isso como também pelo tempo de casa, pela postura, pelo respeito ao torcedor — recorda Rodrigo Vessoni, repórter do site Meu Timão, especializado em Corinthians.
A carreira de Luciano na Europa não foi tão exitosa. Além da Espanha, passou pelo Panathinaikos, da Grécia, onde voltou a romper os ligamentos do joelho (desta vez, o esquerdo). Porém, é no retrospecto recente, apresentado em seu retorno ao Brasil, para o Fluminense, que o Grêmio aposta para tê-lo o quanto antes — pelo menos no Brasileirão, pois já atuou na Copa do Brasil e não poderá ser utilizado, e só será inscrito na Libertadores em caso de classificação às quartas de final.