Quando Rafael Nadal chegou para a entrevista coletiva de apresentação do torneio ATP 500 do Rio, no Jockey Club Brasileiro, encontrou a sala completamente lotada - e com muitos jornalistas da Espanha. Para contar com o número 1 do ranking na competição, houve um forte investimento. A IMX de Eike Batista, em parceria com a IMG, comprou as datas de Memphis (EUA) e colocou o Rio de Janeiro no circuito da série ATP 500 (este é o primeiro evento desse tipo na América Latina). Com premiação de U$ 1.309.707, o torneio no saibro reúne outros tenistas do top 20, como os espanhóis David Ferrer e Tommy Robredo e o italiano Fabio Fognini. Os principais representantes do Brasil serão Thomaz Bellucci e João Souza no masculino e Teliana Pereira no feminino. Toda a estrutura foi montada no Jockey, e a quadra principal tem capacidade para 6.200 torcedores e vista para o Cristo Redentor. Neste cenário, começam neste sábado os jogos do qualifying. A chave principal tem início na segunda-feira, e os jogos serão transmitidos pelo SporTV. Nadal, que está hospedado com sua comissão técnica no Sheraton, deve estrear apenas na segunda. Antes pretende conhecer o Maracanã e assistir Flamengo x Vasco domingo.
ZH - É a primeira vez que você vem ao Rio. O que isso representa?
Rafael Nadal - É muito importante. Gosto muito dos brasileiros, são vibrantes, me tratam de maneira muito carinhosa. É um prazer enorme estar aqui e poder desfrutar este momento. Espero poder retribuir jogando em alto nível. Também quero aproveitar para conhecer um pouco a cidade.
ZH - Você já se recuperou da lesão nas costas que sentiu na final do Aberto da Austrália, quando foi derrotado por Stanislas Wawrinka?
Nadal - Foi difícil, fiquei 15 dias sem treinar, sem pegar na raquete. Tive que desistir do torneio em Buenos Aires. Lamento pelos fãs argentinos. Me recuperei, mas quando se chega a um nível profissional é impossível jogar sem dor. Por isso, esse torneio será também importante.
ZH - Tem feito muito calor no Rio, com temperaturas de 40°. Como será lidar com isso?
Nadal - Na Austrália foi assim também, não adianta, somos profissionais e temos que fazer o melhor, independentemente das questões climáticas. Vai ser difícil? Vai, mas estamos preparados. Pelo que vi, também tem previsão de chuva.
ZH - Como será reencontrar Gustavo Kuerten, que estará aqui para ver o torneio?
Nadal - Lembro que em 2002 era muito jovem, e bati bola com o Guga em um torneio em Mallorca. Guga era e é ainda uma referência do tênis mundial. Espero que ele siga servindo de exemplo para os jovens tenistas brasileiros, assim como a Espanha tem referências nos últimos 25 anos que ajudaram a desenvolver o esporte. Também tenho boa relação com o Ronaldo, jogou no meu time (Nadal é torcedor fanático do Real Madrid). Ele é um grande exemplo de superação.
ZH - Por falar em futebol, o que espera da Espanha na Copa aqui no Brasil?
Nadal - Um time que ganhou na sequência duas Euros e uma Copa sabe que não pode ganhar tudo. Quando se chega nesse nível, é difícil manter. Mas claro que vou torcer muito. A equipe tem que chegar sem pressão.
ZH - Pretende voltar ao Rio para a Olimpíada em 2016?
Nadal - Mas são dois anos e meio ainda, é muito tempo. Não se pode prever nada, mas eu adoro representar a Espanha e acho que 2016 será a última oportunidade de defender o país. Estou no circuito há 11 anos, o que não é pouco. Não sei quando vai acabar, mas por enquanto sigo jogando motivado e com boas sensações.