Apenas um resultado deixará o Palmeiras satisfeito na Libertadores: o título. Apesar da conquista do Brasileirão em 2018, a queda nas semifinais na última edição do torneio, diante do Boca, acentuou a obsessão do clube que mais investiu em contratações no futebol brasileiro nos últimas temporadas pelo bicampeonato da América. A receita de manter a qualidade e buscar reforços valiosos foi repetida neste ano.
Já recheado de estrelas como Dudu, eleito o craque do Brasileirão 2018, o grupo de Luiz Felipe Scolari foi reforçado com o contratação do meia-atacante Ricardo Goulart, buscado na China por um ano de empréstimo. Além de Goulart, outros nove atletas se incorporaram ao grupo, por retorno de empréstimo ou novas contratação. Aos 70 anos, o técnico gaúcho também persegue metas pessoais na Libertadores. Felipão pode se tornar o primeiro brasileiro tricampeão da América como técnico, feito que Paulo Autuori, hoje à frente do Nacional-COL, também pode alcançar.
Neste início de temporada, o Palmeiras não mostrou um time à altura das expectativas. O ponto forte segue sendo a força do elenco, que permite ao treinador trocar os 11 jogadores sem perder qualidade. Felipão, até agora, não definiu o time titular e talvez faça das variações de nomes e esquemas uma arma na competição.
No ano passado, sob o comando de Roger Machado, o Palmeiras fez a melhor campanha da fase de grupos, mas o técnico foi criticado pelas atuações sem brilho do time. Com Felipão, o time mostrou incrível regularidade rodada após rodada no Brasileirão, mas fracassou nos mata-matas (também foi eliminado pelo Cruzeiro nas semifinais da Copa do Brasil). Por isso, título da Libertadores é tratado como questão de honra no projeto milionário do clube e de seu patrocinador, a Crefisa.
JUNIOR – Barranquilla (Colômbia)
Desclassificado na fase de grupos da Libertadores do ano passado, quando teve pela frente Palmeiras e Boca, o Junior Barranquilla chegou ao vice-campeonato da Sul-Americana, perdendo o título nos pênaltis para o Athletico-PR. Em boa fase, o time conquistou recentemente o título da Superliga da Colômbia e uma campanha entre os primeiros no campeonato nacional.
O técnico Luis Fernando Suárez substituiu Julio Comesaña ao final da Sul-Americana e manteve a base da equipe, especialmente no setor defensivo. Costuma variar o esquema tático. A preferência é pelo 4-2-3-1, mas adota o 4-4-2 em jogos fora de casa. O atacante Téo Gutierrez, 33 anos, segue como a referência do time, também pela relação afetiva de ser de Barranquilla e ter sido revelado pelo Junior. A ambição do clube, quase uma obsessão, é avançar às oitavas de final.
SAN LORENZO – Buenos Aires (Argentina)
A atual fase do San Lorenzo contrasta com a tradição do clube que tem como torcedor mais ilustre o papa Francisco, conquistou 15 títulos argentinos e foi campeão da América em 2014. No campeonato nacional, a luta do "Ciclón" é para fugir das últimas colocações entre 26 concorrentes. O técnico Jorge Almirón, o mesmo que comandou o Lanús em 2017, recebeu oito reforços no início deste ano, o principal deles o meia colombiano Raúl Loaiza, emprestado pelo Nacional-COL. As contratações ainda não foram suficiente para a montagem de um time competitivo, que até a noite de sexta-feira estava há 10 rodadas sem vencer.
A falta de gols assusta, tanto que experientes atacantes como Nicolás Blandi e Fernando Beluschi já foram para o banco. Na defesa, a referência é o veterano Fabrício Coloccini, 37 anos, que durante 10 anos jogou na seleção argentina. Em condições normais, a chegada nas etapas decisivas da Libertadores seria ambição natural do San Lorenzo. No atual momento, passar da fase de grupo e apostar nos jogos de mata-mata já será um grande negócio.
MELGAR – Arequipa (Peru)
Mesmo sem ser considerado um grande clube do futebol peruano, o Melgar se tornou assíduo na Libertadores nos últimos anos. Das cinco participações anteriores, duas foram na década de 1980 e as demais nas últimas três edições. Agora, o sonho dos "Dominós" é passar da fase de grupos pela primeira vez. O clube de Arequipa já surpreendeu ao eliminar a Universidad de Chile na primeira fase de mata-matas.
No confronto contra o Caracas, a vitória em casa por 2 a 0 deu tranquilidade para enfrentar o ambiente tenso vivido na Venezuela nos últimos tempos — mas a classificação só veio com gol no fim no jogo de volta. O técnico Jorge Pautasso assumiu o cargo em janeiro. A largada no Campeonato Peruano não foi boa para o Melgar, que no ano passado chegou às semifinais da competição. Desde então, houve renovação em praticamente todo o time, mas o centroavante argentino Bernardo Cuesta, 30 anos, foi mantido. Ele é estrangeiro que mais marcou gols na história do clube.