O Flamengo começa a Libertadores pressionado por todos os lados. Protagonista das principais contratações de 2019 no futebol brasileiro — desembolsou R$ 63,7 milhões para tirar o uruguaio Arrascaeta do Cruzeiro, valor mais alto já pago por um jogador no mercado nacional, e ainda conseguiu Gabigol por empréstimo junto à Inter de Milão —, o clube carioca ainda se recupera do drama pelo incêndio no CT Ninho do Urubu, que matou 10 jogadores das categorias de base. Dentro de campo, Abel Braga ainda não conseguiu transformar o poderoso e rico elenco em um time capaz de mostrar o futebol que a maior torcida do Brasil espera.
Além disso, ainda há o histórico recente que não colabora na hora de brigar por títulos. Mesmo rivalizando com o Palmeiras como clube mais poderoso do país na atualidade, o Flamengo não tem conseguido transformar as receitas em taças: desde 2013, levou apenas uma Copa do Brasil e dois Cariocas para a Gávea. Em competições continentais, os resultados são ainda piores, com eliminações na fase de grupos em três das últimas quatro participações e queda nas oitavas de final no ano passado.
— É difícil saber o que esperar. O clube perdeu peças importantes, como Vinicius Júnior e Paquetá, mas trouxe reposições boas. Só que, no futebol, Abel ainda não tem um time titular. Principalmente na frente: ele já testou Everton, Everton Ribeiro, Gabigol, ainda tem o Vitinho. É um problema bom, mas falta um time pronto. E, sem dúvida, o incêndio trouxe uma energia pesada. Como o CT está fechado, isso alterou a rotina de preparação, até para os jogadores, que moram próximos do Ninho. Ainda tem o peso da Libertadores em si. Existia o fantasma, no ano passado, das quedas na fase de grupos. Isso foi superado, mas a eliminação nas oitavas mostra que o Flamengo não consegue ir bem. É a prioridade do ano, mas por enquanto ninguém sabe o que pode acontecer, principalmente com este momento tão agitado — diz Marcelo Baltar, repórter do Globoesporte.com e setorista rubro-negro.
PEÑAROL – Montevidéu, Uruguai
Recordista de participações na Libertadores ao lado do arquirrival Nacional — ambos com 47 presenças em 60 edições da Copa —, o Peñarol espera que a boa fase atual, coroada com a conquista do seu 50º título uruguaio no ano passado, ajude na busca por uma boa campanha. Nesta década, o gigante de Montevidéu se destacou apenas uma vez, em 2011, quando foi vice-campeão perdendo para o Santos de Neymar na decisão. O principal nome ainda é o veterano Cristian "Cebolla" Rodríguez, de passagem efêmera pelo Grêmio: revelado pelo clube, ele defende a camisa carbonera desde 2017 e é o capitão da equipe.
LDU – Quito, Equador
Campeã nacional no ano passado, a LDU tenta repetir domesticamente o domínio apresentado na década passada, quando se tornou o primeiro time do Equador a faturar títulos sul-americanos, com a Libertadores em 2008, a Sul-Americana em 2009 e a Recopa em 2009 e 2010. A equipe de Pablo Repetto se destaca pela força na defesa: foram apenas 37 gols sofridos nas 44 rodadas do Equatoriano de 2018. O destaque é o zagueiro Franklin Guerra, 26 anos, que trocou o El Nacional pela Liga justamente na temporada passada e foi o principal jogador dos albos.
SAN JOSÉ – Oruro, Bolívia
É difícil fugir do clichê: a altitude de Oruro, 3,7 mil metros acima do nível do mar, é a principal arma do San José para buscar pontos em uma chave com três campeões continentais. Campeão do Clausura e maior pontuador da temporada boliviana em 2017, o time azul e branco é mais conhecido no Brasil pela tragédia vivida em 2013 com o torcedor Kevin Espada, de 14 anos, morto por um sinalizador lançado pela torcida do Corinthians na estreia dos dois clubes naquele ano. O time atual tem como principal nome o veterano atacante Carlos Saucedo, 39 anos.