Com o pensamento todo voltado para o Grêmio, no primeiro jogo da semifinal da Libertadores, terça-feira (23), em Buenos Aires, o técnico Marcelo Gallardo ordenou que, a partir de agora, todos os treinos sejam fechados. Inclusive o desta quinta-feira (18), véspera de uma rodada pouco importante do Campeonato Argentino, a chamada Superliga, ainda na oitava rodada apenas.
Portões lacrados para o Monumental, portanto, na tarde de temperatura amena desta quinta, no agradável bairro de Núñez, ao norte de Buenos Aires. Na parte de fora, fila para comprar ingressos para o duelo com o Grêmio. Não fui corrido de lá, longe disso, mas os olhares dos funcionários para os jornalistas, ainda mais os brasileiros, são de total atenção.
O River Plate enfrenta o Colón na sexta-feira (19), em Santa Fé, cidade distante cerca de 500 quilômetros da Capital. O time será reserva. Em tese, não haveria problemas em abrir o treino apenas para imagens ou mesmo alguma coletiva.
Mas não. Sem acesso, sem imagens, sem entrevista. Fechado mesmo. Isso antes do modesto Colón. É o clima de decisão já começando a ser preparado pelo River Plate, através de seu técnico.
Gallardo pretende fazer o máximo de mistério acerca das reais condições de seus lesionados, em tratamento, e dos que recém recebeu do departamento médico, como Enzo Perez e Exequiel Palacios, ambos relacionados para enfrentar o Cólon. O goleiro Armani e o meia Pity Martínez seguem como dúvidas. Estes dois, assim como os preservados Scocco, Ponzio e Maidana, nem irão a Santa Fé. Dos titulares que devem sair jogando diante do Grêmio, a imprensa argentina especula que apenas o lateral-direito Corto deva estar em campo.
Gallardo deu entrevista na última quarta-feira (17), e a partir de agora emudecerá. A não ser após o jogo desta sexta, claro, cumprindo protocolo. Mas no ambiente do clube, a ordem é silêncio total. Quanto menos papo, melhor.
Após o jogo contra o Cólon, o River volta a Buenos Aires. No domingo (21) já parte para Cardales, local de concentração dos grandes jogos, como o superclássico com o Boca Juniors. Trata-se de um resort bucólico, a 60 quilômetros de Buenos Aires. Uma espécie de Vila Ventura, por assim dizer.
O River, com 13 pontos e um jogo a menos, é sétimo colocado na Superliga. Na Copa da Argentina, espécie de Copa do Brasil hermana, está na semifinal. Não perde há 32 jogos, maior série invicta em seus 117 anos de vida.