É o momento de maior calmaria para o vice-presidente José Olavo Bisol. No dia em que completa um mês desde que assumiu a pasta mais importante de um clube de futebol, o dirigente, enfim, consegue planejar o 2025 do Inter e ver o ambiente mais calmo. Os sete pontos dos últimos nove disputados deixam tudo melhor. Inclusive permitindo atender a reportagem de Zero Hora em uma conversa de meia hora sobre a situação do time, do departamento e as mudanças propostas a partir de sua chegada.
A troca de Bisol por Felipe Becker teve menos a ver com o antecessor e mais com o perfil do sucessor. Felipe Becker é bem quisto no ambiente do Inter e saiu com as portas abertas. O que mudou é que o atual vice é uma pessoa de comunicação maior com o ambiente externo (redes sociais, torcida, imprensa).
Mas houve mais mudanças. Uma delas foi o rearranjo do departamento. Com a saída de Magrão, o clube alterou o organograma do futebol. André Mazzuco assumiu como diretor executivo e D'Alessandro virou diretor esportivo. Não há hierarquia entre os dois, são complementares. E por departamento de futebol se entende o profissional, a base e o feminino.
— Meu primeiro trabalho foi fazer uma imersão total para entender os processos, receber a autonomia para o cargo de vice-presidente e estabelecer as formas de ação — comentou Bisol.
As contratações dos novos gestores passaram por ele. Foi o vice quem contatou D'Alessandro pela primeira vez e confirmou o interesse do capitão em voltar ao clube. A partir dali, o presidente Alessandro Barcellos seguiu nas conversas e negociações.
Outra troca foi na comissão técnica. Após o Brasileirão Sub-20, o técnico Pablo Fernández foi alçado a auxiliar do time profissional. Essa troca desencadeou uma série de mudanças na base. Mas o principal é que o Colorado volta a ter uma comissão técnica permanente.
— Não pode o Inter ficar sem uma memória do trabalho, e quando mudar o técnico, perder tudo o que estava sendo feito. É preciso manter um mínimo — explicou.
Depois dessa imersão, foi possível participar das contratações dos reforços mais recentes. E, é claro, acompanhar o dia a dia de treinos. Com a volta ao CT Parque Gigante, completamente recuperado das enchentes, ficou mais fácil a convivência, dando também um ambiente de normalidade ao time.
— Com essas vitórias recentes, o retorno ao CT e a estruturação do departamento, podemos focar em duas frentes. Uma é dar respaldo a Roger para manter seu trabalho e avançar nos resultados. A outra é dar alguns passos no planejamento para 2025. Claro que não sabemos o que vamos conseguir em termos esportivos, mas faz parte de um clube pensar na frente, dar atenção também à base e ao feminino. Queremos ter uma cultura do futebol feminino no clube — ampliou.
Sobre Roger, Bisol não poupou elogios:
— Nesse tempo de convivência, pude testemunhar a qualidade na gestão do grupo.
Outro desafio de Bisol é totalmente pessoal. Casado e pai de três meninas ainda crianças, ele viaja de Osório para Porto Alegre bem cedo todas as manhãs para trabalhar no Inter e tentar conciliar com a vida profissional no litoral. E, claro, tenta buscar as filhas na escola ou acompanhar nos temas de casa.
— Isso é graças ao apoio da família. Sem estar bem com elas, não conseguiria ajudar o Inter. E quando aceito o desafio, é para mergulhar. Tem sido puxado, mas prazeroso — enfatizou.
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