O Gre-Nal deste sábado é o de número 442. O conjunto de dígitos que lembra um sistema tático acontece em um momento no qual os técnicos Renato Portaluppi e Eduardo Coudet, cada um na sua medida, ainda buscam ajustes em suas equipes. O duelo no Estádio Couto Pereira colocará o Inter em busca da confirmação que pode, sim, postular o título do Brasileirão após a vitória sobre o Corinthians. Já o Grêmio busca se recuperar depois uma sequência de cinco derrotas seguidas na competição e da entrada na zona de rebaixamento.
A semana do clássico, desta vez, teve no caminho uma rodada de Campeonato Brasileiro. Na quarta-feira, tanto Renato quanto Coudet testaram movimentos táticos diferentes. O colorado teve maior sucesso com a vitória sobre o Corinthians, enquanto o gremista acabou derrotado para o Fortaleza. Os testes, porém, podem indicar novidades que aparecerão no gramado do Couto Pereira para o apenas segundo duelo Gre-Nal da história fora do território gaúcho.
Alternativas
Depois da decepcionante derrota para o lanterna Vitória, o Inter conseguiu retomar parte da confiança com a vitória sobre o Corinthians. Mais do que os três pontos, o jogo no Orlando Scarpelli mostrou providências do técnico Eduardo Coudet que tiveram bom funcionamento e poderão ser aproveitadas para o Gre-Nal. Por outro lado se cria a dúvida se titulares preservados devem retornar.
Apenas em nomes foram seis mudanças na escalação em relação ao time que havia iniciado em Salvador, na derrota para o Vitória. Ainda que o sistema tático 4-1-3-2 tenha sido mantido, Eduardo Coudet montou a linha de três contra o Corinthians com dois extremas, Wesley e Wanderson. O segundo ocupou o lado esquerdo, tendo o papel de ser o homem da amplitude no setor, enquanto o zagueiro improvisado como lateral-esquerdo Robert Renan repetia a função do titular de Renê de ser mais um construtor de jogo.
No outro lado, porém, o funcionamento era diferente. Como Bustos atacava constantemente por fora, sendo ele o responsável pela amplitude pela direita, Wesley tinha liberdade para fazer movimentos diagonais e se aproximar de Alario. Foi em um lance assim que o camisa 21 recebeu passe do zagueiro Igor Gomes e avançou para acertar o chute que garantiu a vitória ao Inter.
A principal dúvida aparece em quantos jogadores antes considerados titulares, que estiveram ausentes em Florianópolis, retornarão ao time. Uma volta certa é a de Vitão, que cumpriu suspensão. A boa atuação de Robert Renan deixa o retorno de Renê em suspense, ainda que o camisa 6 tenha a confiança do treinador. No meio-campo, Thiago Maia volta a ficar à disposição, o que indica uma permanência de Fernando na zaga. Mas não se pode descartar Mercado ao lado de Vitão e Fernando como volante.
Retornos
Com Aránguiz preservado, Bruno Henrique exerceu o papel de homem central do meio. Um retorno do chileno mexeria no posicionamento do camisa 8. Pelo bom rendimento, Wesley é figura certa no Gre-Nal, mas pode aparecer em qualquer dos lados. Com Wanderson, ele seguirá jogando pela direita. Se Wanderson sair, Wesley será deslocado para o lado esquerdo. Coudet, assim, voltaria a montar a linha de três à frente do seu primeiro volante com dois meias e um extrema de origem.
Ausente dos dois últimos jogos, Alan Patrick pode ser um reforço. Com o camisa 10, Coudet tem a condição de voltar a ter um meia com capacidade maior de definição próximo a Alario. A presença de Alan Patrick favorece ainda mais para uma escalação tendo Bruno Henrique e Aránguiz juntos, com Wesley na esquerda.
Sem Alan Patrick, porém, Coudet terá de decidir pela manutenção ou não de Hyoran, de atuações pouco destacadas nos últimos jogos. Uma alternativa para ter um segundo atacante mais efetivo próximo de Alario é Wesley nessa função. O camisa 21 atuou adiantado formando dupla com Alario no segundo tempo do jogo com o Vitória. Essa formação daria ao Inter a chance de ter um atacante veloz mais próximo do centro da zaga que gremista, que será formada Kannemann e Geromel, que já não têm a velocidade como ponto forte.
Pontos fracos do rival
Assim como Renato irá olhar problemas do Inter, Coudet também vai procurar explorar fragilidades do Grêmio. Um ponto fraco que o Tricolor tem demonstrado nos últimos jogos é a transição defensiva. O time gremista tem deixado espaços quando perde a bola e precisa recompor. Assim, por exemplo, que o Flamengo fez seus dois gols no Maracanã, na derrota gremista por 2 a 1, na última semana.
Outro problema que o Grêmio demonstra em alguns jogos é o espaço entre os setores. Ao movimentar rápido a bola, os adversários têm encontrado furos na chamada entrelinha. O Inter mesmo se aproveitou isso no primeiro Gre-Nal do ano, quando os três gols da vitória por 3 a 2 saíram em lances com algum jogador colorado recebendo com liberdade nesse setor.