Enquanto a delegação do Inter está treinando em Itu, no interior de São Paulo, um comitê de crise foi instaurado em Porto Alegre, com dirigentes e funcionários do clube, para tratar dos prejuízos causados pelos alagamentos no estádio Beira-Rio e no CT Parque Gigante. Os gastos com recuperação patrimonial, somados ao custo com a permanência fora do Rio Grande do Sul, inicialmente estimados em R$ 35 milhões, podem chegar a R$ 40 milhões, o que faz o Inter cogitar um apoio financeiro de parceiros antigos: Elusmar Maggi e Delcir Sonda. Além deles, o clube busca auxílios do governo, de conselheiros e da CBF.
— Concluir um plano de recuperação, envolvendo todos os colorados. Como sempre foi em nossa história. E a aí entram figuras mais conhecidas, como Elusmar e Sonda. Vamos envolver todo nosso Conselho Deliberativo. Fizemos uma primeira reunião, comissão de patrimônio, para deixar claro que não temos a dimensão total. No momento em que tivermos, vamos buscar todos os colorados e coloradas para recuperar esse momento — disse o presidente Alessandro Barcellos em entrevista à Rádio Gaúcha.
O bilionário Elusmar Maggi, do ramo do agronegócio, declarou apoio público a Barcellos na última eleição e já havia se mostrado disposto a colaborar na busca de contratações. Já Delcir Sonda, empresário do ramo do varejo, estava na chapa de oposição, mas ainda possui relação com o Inter e valores a receber, e poderá ser contatado para auxiliar neste momento de recuperação das estruturas do clube.
Neste comitê que foi criado para tratar do tema estão o vice-presidente Victor Grunberg, além de membros dos departamentos de Futebol, Financeiro, Patrimonial, e funcionários de operações e tecnologia da informação. Os trabalhos para verificar as condições das estruturas são frequentes nas últimas semanas.
De acordo com Barcellos, o cálculo dos gastos ainda não foi concluído, mas deve superar a projeção inicial.
— Temos uma avaliação ainda preliminar. Se consideramos os custos que teremos com treinos, jogos e concentração fora, mais recuperação patrimonial, não vai baixar de R$ 35 milhões a R$ 40 milhões. Não estava previsto, então vamos ter de buscar apoio. Estamos pleiteando no governo federal linha de crédito, questão fiscal, assim como outras indústrias. Tudo que está sendo pleiteado pela economia gaúcha. Além da logística, de internacionalizar os aeroportos e melhoria de estradas, que serve para os clubes de outras divisões — afirmou.
Reuniões devem acontecer ainda nesta segunda-feira (27) entre os clubes e federações na sede da CBF no Rio de Janeiro. Antes do Conselho Técnico que será realizado nesta segunda, os dirigentes dos clubes gaúchos e Luciano Hocsmann, presidente da FGF, se encontram com Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, para tratar sobre a ajuda da entidade. Não estão descartadas verbas extras para cobrir deslocamentos adicionais e despesas pela permanência do clube fora de Porto Alegre.
Sobre o auxílio do governo federal, duas ações aeroportuárias são solicitadas pelo clube. A primeira é a de internacionalizar e dar melhores condições para os terminais de Caxias do Sul e de Canoas, improvisado enquanto o Salgado Filho não está liberado para voos. Outras medidas já foram tratadas com Paulo Pimenta, ministro da Secretaria Extraordinária da para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, que visam melhores condições fiscais e de crédito para eventuais transações.
Outro aspecto importante é a unificação institucional. O discurso de Barcellos segue a linha de buscar ajuda em todos os aspectos: político, dentro do Conselho Deliberativo, e também fora com torcedores, ilustres e associados, para conseguir recuperar o patrimônio do clube.