Existia uma esperança maior na estreia do Inter na Copa Sul-Americana. Oito dias depois da eliminação para o Juventude na semifinal do Gauchão, a competição continental surgia como uma possibilidade de dar a volta por cima.
Mais uma vez, a equipe colorada não venceu. E, mais uma vez, não perdeu. O 0 a 0 com o Belgrano, no Estádio Mario Kempes lotado, em termos de pontuação e de projeção para o torneio, pode ser positivo lá na frente. Mas a expectativa era de um desempenho melhor.
O Inter terminou a partida com nove finalizações, três na direção do gol, 413 passes certos, em um índice de 90% de acertos e 72% de posse de bola. Os números até jogam a favor, mas não contam exatamente o que ocorreu em Córdoba.
Alguns problemas reapareceram. O principal foi o mau aproveitamento das oportunidades criadas. O time teve três chances claras, todas com Borré, e não conseguiu converter. Até não foram muitas mais, o que também é motivo de preocupação. O técnico Eduardo Coudet lamentou esse desperdício:
— Tivemos as melhores chances, mas precisamos acertar mais. Todos sabem que temos grandes finalizadores. Nos últimos três jogos fizemos só um gol embora tenhamos criado várias oportunidades. É um ponto a melhorar. Ainda bem que temos grandes atacantes e goleadores, logo resolveremos.
O treinador lembrou que o time só marcou um gol nos últimos três jogos. Verdade que também só levou um. Defensivamente, o Inter se porta bem. Mas não está mais gerando como em partidas anteriores.
Ele lamentou a eliminação para o Juventude e tentou defender seu time com a estatística de que o Inter tem apenas uma derrota nos últimos 17 jogos (para o Guarany de Bagé no Gauchão). Segundo ele, há um exagero em considerar alguém gênio quando ganha e burro quando perde.
Sobre o jogo, Coudet explicou as razões para escalar Fernando na zaga. Segundo ele, a opção pelo volante de origem como dupla de Vitão se deu por características também do adversário.
— Temos uma competição interna boa e vamos escalando o jogador que está mais adequado. Fernando nos daria uma saída de bola mais qualificada e tem um jogo aéreo muito forte. O que falo sempre, nem sempre quem inicia vai ser o mais importante do jogo — disse.
À frente da defesa estreou Thiago Maia. O volante que chegou do Flamengo no último dia da janela teve atuação eficiente, ainda que não necessariamente brilhante. Ele analisou:
— Foi minha segunda partida no ano, desde fevereiro não atuava. Meu intuito é ajudar o Inter. O lado bom foi que não levamos gol, mas ficaria mais feliz se tivéssemos vencido. Competimos bem contra um adversário empolgado, com estádio lotado.
Na próxima semana, o Inter volta a campo pela Copa Sul-Americana. Na quarta-feira, dia 10, recebe o Real Tomayapo, em seu primeiro jogo no Beira-Rio. No final de semana seguinte, estreará no Brasileirão diante do Bahia, em dia e horário não definidos. O time boliviano começa sua caminhada na competição continental na quinta-feira, contra o Delfín, no Equador.