Condenados na última segunda-feira (4) por crimes durante a gestão do Inter entre 2015 e 2016, o ex-presidente Vitório Piffero e o ex-vice Pedro Affatato também são réus em outros processos pela atuação como dirigentes do Colorado. Nesses casos, mais ex-dirigentes foram denunciados e também podem ser condenados.
Depois da definição do núcleo "Obras", ainda estão transcorrendo os núcleos "Agências de viagem", "Jurídico", "Sindiclubes" e "Futebol". Segundo o Ministério Público do RS, o processo de Agências de viagem é o mais próximo de uma sentença. Os demais ainda encontram-se em fases anteriores.
Nas Obras, Piffero foi sentenciado a 10 anos e seis meses de prisão, enquanto Affatato recebeu uma pena de 19 anos e oito meses de reclusão. Ambos têm o direito de apelar da decisão em liberdade.
Agências de viagem
O processo está próximo de ter uma sentença. Vitorio Piffero e Pedro Affatato tornaram-se réus após terem sido denunciados pelo Ministério Público por supostas irregularidades, desvios de recursos e obtenção de vantagens pessoais, como viagens e um veículo, a partir da relação do clube com empresas de turismo.
Jurídico
Aguarda audiência de instrução e julgamento. O denunciado é Marcelo Domingues de Freitas e Castro, vice-presidente jurídico do Inter na época, por estelionato, lavagem de dinheiro e por embaraçar investigação relacionada à organização criminosa. Outras seis pessoas investigadas na continuação da Operação Rebote também respondem na Justiça por envolvimento em acordos fraudulentos firmados com atleta, ex-jogador e empresa de consultoria jurídica.
Os outros denunciados são Leonardo Laporta Costa (advogado do atleta Danny Morais), Henrique Gershenson (administrador de empresas), Christian Correa Dionísio (empresário e ex-jogador), Georgio Chies (gerente de empresas) e as advogadas Sinara Farias Lorenz e Kelly Cristina Rodrigues Fonseca.
Sindiclubes
Processo está no gabinete do juiz para a sentença ser proferida. No início de 2016, o Inter quitou uma dívida de R$ 1,6 milhão com o Sindicato das Entidades de Cultura Física do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiclubes), segundo apontado em investigações do Gaeco do Ministério Público. O pagamento suscitou questionamentos devido à maneira como foi feito, envolvendo a empresa Argos do Brasil Consultoria, supostamente relacionada ao ex-vice-presidente jurídico do clube, Marcelo Castro.
Parte do valor pago ao sindicato acabou sendo direcionada para a Argos, levantando suspeitas sobre a natureza da transação. O presidente do sindicato justificou o repasse à Argos como um empréstimo prévio feito pelo ex-dirigente ao sindicato, mas há indícios de que essas relações possam ser mais complexas, incluindo possíveis negociações futuras entre o clube e o sindicato durante a gestão posterior.
Futebol
Este é o mais atrasado. O processo aguarda o início da instrução. Ex-vice de futebol Carlos Pellegrini, e os agentes Giuliano Bertolucci, Rogério Braun, Fernando Otto, Carlos Fedato, além do ex-jogador Paulo Cezar Magalhães, tio do jogador Paulo Magalhães, que atuou no Beira-Rio em 2017, são réus no processo.
Os envolvidos terão de responder aos apontamentos do MP, que indicou pagamentos de propinas que teriam sido feitos pelos empresários envolvidos nas transações do atacante Ariel, do laterais Cláudio Winck e Paulo Cezar Magalhães e do zagueiro Réver com o então vice de futebol Carlos Pellegrini, em valores que, somados, chegariam a R$ 94 mil.