A 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) aceitou recurso do Ministério Público contra a decisão inicial de rejeitar a denúncia contra um ex-dirigente do Inter e empresários de futebol, fruto da Operação Rebote, finalizada em 2019.
Justiça aceita recurso do MP e ex-dirigente do Inter e empresários de futebol voltam a ser réusAssim, o ex-vice de futebol Carlos Pellegrini, e os agentes Giuliano Bertolucci, Rogério Braun, Fernando Otto, Carlos Fedato, além do ex-jogador Paulo Cezar Magalhães, tio do jogador Paulo Magalhães, que atuou no Beira-Rio em 2017, voltam a ser réus no processo.
A decisão foi unânime dos três desembargadores que analisaram o recurso. Desta forma, o processo voltará a correr normalmente. Em agosto de 2023, a 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro havia anulado os processos envolvendo Carlos Pellegrini. A Operação Rebote apura os crimes de apropriação indébita, estelionato, organização criminosa, falsidade documental e lavagem de dinheiro na gestão 2016/2017 de Vitorio Piffero no Inter.
Os envolvidos terão de responder aos apontamentos do MP, que indicou pagamentos de propinas que teriam sido feitos pelos empresários envolvidos nas transações do atacante Ariel, do laterais-direitos Cláudio Winck e Paulo Cezar Magalhães e do zagueiro Réver com o então vice de futebol Carlos Pellegrini, em valores que, somados, chegariam a R$ 94 mil.
Segundo o MP apurou, os gaúchos Rogério Braun e Fernando Otto e o paulista Giuliano Bertolucci teriam abastecido a conta de Pellegrini com depósitos e transferências bancárias que variavam de R$ 5 mil a R$ 20 mil e ocorreriam dias depois de as transações serem definidas. Em um caso apurado, o pagamento ao dirigente do que é conhecido no mercado do futebol como "pedágio" teria sido feito antes mesmo de a negociação ser concluída.
A defesa de Carlos Pellegrini afirmou que não recebeu a intimação e que, quando isso ocorrer, decidirá a estratégia recursal.
Por meio de assessoria, a defesa de Rogério Braun informou que "acompanhou o julgamento realizado nesta última quinta-feira e reafirma que a inocência do seu cliente será plenamente comprovada através da instrução do processo".
Os demais envolvidos, procurados pela reportagem de GZH, ainda não se manifestaram. Em entrevistas anteriores, negaram quaisquer ilegalidades.