Marcado pelos gols perdidos na eliminação do Inter para o Fluminense na semifinal da Libertadores do ano passado, Enner Valencia voltou a suscitar questionamentos sobre o aproveitamento das finalizações na partida contra o Santa Cruz, na quarta-feira (7). Mesmo com um dos gols do jogo, o equatoriano foi tema de uma das perguntas feitas a Eduardo Coudet na coletiva de imprensa depois da vitória por 2 a 0 no Estádio dos Plátanos, em Santa Cruz do Sul.
O treinador disse não ter visto "culpa" no atacante pelas bolas que não entraram. Pelo contrário, sobraram elogios à atuação do atleta.
— Para mim, hoje jogou um partidaço. Muito das finalizações que não deram certo têm a ver com o campo de jogo, o mau tempo (de bola). Colaborou com todo o time, saindo para se conectar com os meias. Fico contente com o gol e com as oportunidades que (Valencia) teve — avaliou o técnico.
Enner Valencia converteu uma das pelo menos sete chances que teve na partida. Mais do que a quantidade, chamou atenção a forma clara como os lances ocorreram. A primeira oportunidade foi em cobrança direta de falta, na intermediária de ataque, pelo flanco esquerdo. O goleiro Pitol defendeu mesmo após o quique da bola no gramado, aos 21 minutos.
Cinco minutos depois, Alan Patrick encontrou Valencia dentro da área, pelo lado direito. O atacante exagerou na força, e a bola subiu demais.
Aos 37 da primeira etapa, a chance mais clara até então. Valencia saiu cara a cara com Pitol, mas a finalização explodiu na perna do goleiro. A bola entrou mesmo aos 40, quando aproveitou o lançamento de Bruno Henrique, ajeitou a com a cabeça e completou de pé direito para ampliar o placar.
— Me parou o coração porque não tinha que chutar tão forte — brincou Coudet na coletiva.
Aos 12 minutos do segundo tempo, Valencia recebeu mais um passe longo, pelo alto, e deu um toque com o pé para encobrir Pitol. O chute se perdeu pela linha de fundo.
Seis minutos após, Valencia disparou velocidade — como várias vezes fez para aproveitar as assistências — e finalizou na saída de Pitol. Novamente, para fora.
Aos 24 da etapa final, a última chance para fazer mais um no jogo contra o lanterna do Gauchão. Acossado por Kevlin e Thiago Sales, Valencia bateu da entrada da área, mas escorregou no lance e a pontaria falhou novamente. Aos 33, ele foi substituído por Luiz Adriano.
— Para o centroavante, é muito importante ter chance de gols. E tivemos. Estou tranquilo. O grupo está tranquilo. O Valencia está tranquilo. Ele esteve mais solto para sprintar (arrancar em velocidade). É normal. Os jogadores vão se soltando com o jogo — acrescentou Coudet.