Após eliminar o poderoso River Plate, o Inter irá a La Paz enfrentar o Bolívar nas quartas de final da Libertadores no próximo dia 22 — a volta, no Beira-Rio, está marcada para o dia 29. O clube, atual campeão boliviano, eliminou o Athletico-PR nas oitavas e chega para encarar o Colorado tendo 100% de aproveitamento como mandante. GZH mostra pontos fortes e fracos do time treinado pelo espanhol Beñat San José.
Como joga
Beñat San José habitualmente monta o Bolívar em um sistema com três zagueiros. O time defende com linha de cinco atrás e quando ataca tem em seus alas uma arma forte. O ala direito é Diego Bejarano, o capitão da equipe. Responsável pelas bolas paradas, Bejarano tem cinco participações diretas em gols nesta edição da Libertadores. Foram três bolas nas redes e duas assistências.
Na esquerda, o treinador espanhol costuma variar. Quando quer ser mais ofensivo, o argentino Pato Rodríguez, ex-Santos, atua como ala para o setor ofensivo contar com outros dois homens acompanhando o centroavante Ronnie Fernández dentro do esquema 3-4-2-1. Quando quer maior proteção defensiva, Pato se torna um dos homens do trio ofensivo com José Segredo, que habitualmente joga como zagueiro, atuando como ala esquerdo. Essa medida foi adotada diante do Athletico-PR, na Arena da Baixada, por exemplo.
Lados do campo e paciência na hora de atacar
Dentro da sua casa, onde tem 100% de aproveitamento, com nove gols marcados em quatro jogos (média de 2,25 por partida), o Bolívar sabe aproveitar a altitude. Os chutes de média e longa distâncias são armas, o que exigirá do Inter marcar bem à frente da área.
A equipe boliviana, no entanto, demonstra paciência para procurar envolver a defesa rival. O time costuma rodar bastante a bola para desgastar o adversário. Pelos lados do campo, o Bolívar busca usar das aproximações para gerar superioridade e encontrar a melhor forma de fazer os cruzamentos. Embora use muito do jogo aéreo, o adversário do Inter não costuma cruzar a bola por cruzar, isso é feito normalmente quando o lançador tem tempo e espaço para procurar a melhor forma de encontrar os companheiros na área.
Área preenchida com bastante gente
Um cuidado que o Inter precisará ter será com a forma como o Bolívar preenche a área ao atacar. O centroavante Ronnie Fernández se destaca pela força física no duelo com os zagueiros, mas nunca está sozinho quando aocorrem os cruzamentos. Os dois homens que atuam por trás dele — em La Paz a tendência de que sejam os brasileiros Francisco da Costa e Bruno Sávio — se aproximam para a equipe formar com os alas uma linha de cinco ofensiva. Como o Inter joga com quatro defensores, há o risco de que o time gaúcho fique em inferioridade na última linha se não executar bem o balanço defensivo.
Dificuldade na transição defensiva
Um ponto a ser explorado pelo Inter diante do Bolívar é a dificuldade que o time tem para encaixar a marcação na transição defensiva. Assim, uma arma do Inter deve ser atacar com poucos passes após a roubada da bola. Esse cenário aumenta a importância de usar bem a velocidade de jogadores como Enner Valencia e Wanderson. A capacidade de passes de nomes como Alan Patrick e Aránguiz será determinante para forçar esse cenário.
Bolas longas
Outro ponto que o Bolívar sofre na sua defesa é com as bolas longas. Homem central do trio de zagueiros, Nicolás Ferreyra tem imposição física no jogo aéreo, aproveitando-se de seu 1m93cm de altura, mas sofre com jogadas pelo chão. Em lançamentos longos, ele tem dificuldade para fazer as coberturas aos zagueiros de lado. Ou seja, lançamentos com virada de lado de campo são uma arma para aproveitar essa fragilidade.
Como faz os gols
- Total de gols: 14 em 8 jogos (média de 1,75)
- 12 gols de dento da área (de 53 finalizações)
- 2 gols de fora da área (de 73 tentativas)
Ações ofensivas
- Média de posse de bola: 48,9%
- Média de finalizações por jogo: 15,8
- Média de passes: 284 por jogo (79,3% de efetividade)
Defesa
- 10 gols sofridos em oito jogos (1,25 por partida)
- Terminou três dos oito jogos sem levar gol (dois em casa e um fora)
- Média de defesas do goleiro Carlos Lampe: 3,6 por jogo