Tudo indica que será preciso vencer no Beira-Rio, na última rodada, para se classificar às oitavas de final da Libertadores. O empate do Inter com o Nacional em Montevidéu teve muitas semelhanças com a igualdade de Porto Alegre. O 1 a 1 desta quarta-feira, gol de Alan Patrick, teve o Colorado saindo na frente, tendo uma boa atuação, mas desperdiçando chances e perdendo dois pontos por causa de um gol nos minutos finais.
A situação do grupo ficou assim: o Inter lidera, tem nove pontos, um a mais do que o Nacional. Nesta quinta-feira (8), o Independiente Medellín visita o Metropolitanos na Venezuela. Se ganharem, os colombianos passam os gaúchos. Assim, na última rodada, o time de Mano Menezes terá de fazer os três pontos, sob pena de depender de um empate ou derrota do Nacional, em casa, para o Metropolitanos para avançar. Na prática, ou o Inter passa em primeiro ou fica de fora da segunda fase da Libertadores e vai para o playoff da Copa Sul-Americana.
Por isso, Mano ficou com dois sentimentos ao final da partida. O treinador apresentou um cálculo interessante sobre o resultado:
— Estou 80% satisfeito e 20% insatisfeito.
A explicação ampliada foi:
— A equipe teve uma postura que estamos buscando em um jogo de Libertadores, forte como aqui. Optei por uma formação diferente para ter marcação na bola aérea, com disputa, mas que também tivéssemos soliuções para armar as jogadas.
Isso ajudou a entender as opções do técnico para começar a partida. Segundo ele, com De Pena aberto pela direita, ele foi um espécie de dublê de Mauricio, funcionando como um meia a mais. Igor Gomes como lateral em vez de Bustos também foi uma escolha para combater o adversário. Diante de um time forte na bola aérea, entrou um jogador mais alto para conter os cruzamentos. Vale o mesmo para Rômulo titular e Campanharo reserva. Até a troca final, a entrada de Moledo foi para isso, de acordo com Mano uma sugestão dos próprios jogadores. E ainda assim, vazou por cima.
Outro ponto que parece ter funcionado melhor foi o tempo que o Inter conseguiu jogar. O gol do Nacional, por mais que tenha saído no final, não se deu em razão de um eventual esgotamento físico colorado. Foi na pressão mesmo. O técnico evitou nominar, dizer com todas as letras que a preparação física estava defasada. Mas deixou nas entrelinhas:
— Estamos melhorando, isso é notório. A disputa aqui mostra isso. Precisamos fazer por mais tempo. Precisamos melhorar a cada dia. Se o desempenho começa a melhorar e aparece, é sinal de que as difíceis decisões que o clube tomou foram acertadas.
O que precisa melhorar, urgentemente, é o aproveitamento das oportunidades. Mais uma vez, o Inter perdeu chances claras de vencer e matar o jogo. Agora foi com Wanderson, que recebeu de Alemão e desperdiçou.
— Tivemos oportunidades de matar o jogo com o segundo gol. A equipe deles é forte na bola aérea. Fica uma sensação amarga, mas vamos para a última partida em frente à nossa torcida para buscar a vaga — disse Alan Patrick, o melhor jogador em campo.
A missão, agora, será vencer na rodada final. A partida ocorre apenas em 28 de junho, às 19h. Antes, terá a parada da data Fifa e compromissos pelo Brasileirão. Mas Pedro Henrique mantém o otimismo:
— Só depende de nós no Beira-Rio para avançar.