Movimentos políticos de situação e oposição mantiveram suas divergências quanto à adesão do Inter à Liga Forte Futebol (LFF). Porém, a reunião extraordinária ocorrida no Conselho Deliberativo (CD) na noite desta segunda (19) definiu que o impasse terá de ser resolvido daqui a duas semanas, no dia 3 de julho. E o principal: a votação será nominal.
A decisão foi anunciada pelo presidente do CD, Sergio Juchem, atendendo a um pedido de conselheiros que dão base à gestão. O argumento é de que o posicionamento dos votantes precisa ser conhecido pelo associado colorado.
Na sessão desta segunda, o presidente Alessandro Barcellos expôs mais uma vez os motivos que levaram o Conselho de Gestão a se aproximar da LFF. Dos 26 clubes que participam deste grupo, apenas Inter e ABC ainda não assinaram o contrato. Caso o acordo seja firmado, o Colorado já teria acesso a R$ 44 milhões de forma antecipada. Entretanto, o prazo para esta definição expira no dia 7 de julho.
A maior divergência neste momento é que a oposição exige ouvir também a proposta da Libra — que, segundo os atuais dirigentes, não foi apresentada. Há um movimento, inclusive, capitaneado pelo conselheiro Alexandre Chaves Barcellos, para que na próxima segunda (25) se receba no Beira-Rio os organizadores deste segundo grupo.
— A apresentação vai equilibrar e permitir que os conselheiros possam decidir — explica Juchem.
Antes da reunião, em uma troca de mensagens de Juchem com Sérgio Carneio, CEO da Mubadala Capital, investidora da Libra, o empresário demonstrou interesse em contar com o Inter.
Os movimentos de oposição alegam que, apesar de um número menor de integrantes (18), estão com a Libra os principais times do país, como Flamengo, Corinthians e São Paulo, além do Grêmio, o que gera um temor quanto a um acordo mais rentável para o tradicional rival, relacionado aos direitos comerciais da competição, pelos próximos 50 anos.
Sobre isso, conselheiros de situação argumentam que este grupo já começou a ruir, diante da debandada de três equipes (Botafogo, Vasco e Cruzeiro) e das críticas públicas feitas pela presidente do Palmeiras, Leila Pereira, insatisfeita com a postura dos dirigentes flamenguistas, que exigem receber valores muito superiores aos demais por conta do tamanho da torcida e do impacto em audiência.
— O que não se pode é perder o objetivo de ter uma liga unificada. Só isso vai nos deixar independentes da CBF. Ainda acredito que se chegue a uma única liga. As diferenças entre as posições já diminuíram. As negociações (entre as duas ligas) não se esgotam agora — avalia Juchem.
Sem acordo, os movimentos políticos colorados seguirão com os debates internamente, tendo um encontro para daqui a duas semanas para definir a adesão à Liga Forte Futebol.