Foram 11 contratações do Inter na temporada. Duas ainda não entraram em campo. Justamente as mais aguardadas: Charles Aránguiz e Enner Valencia. O chileno, por questões médicas, está lesionado. O equatoriano, por causa da janela de transferências, que só abre em 3 de julho. As outras nove já atuaram.
As respostas variaram, bem como o desempenho do time até agora. Afirmação, mesmo, só uma. Todos os demais ainda estão em processo inicial de avaliação ou já sofrem rejeição da torcida. Em um dos casos, aliás, já houve até a saída do Beira-Rio antes mesmo de cumprir meio ano de contrato. A seguir, veja o reforçômetro colorado em 2023.
Quem já foi aprovado
John
De todas as contratações da temporada, apenas uma foi inteiramente aprovada. E trata-se de um dos jogadores que mais demoraram a ser chamados por Mano Menezes. O goleiro John, desde que ganhou a primeira chance, não abandonou mais a titularidade. Mais: salvou o Inter em duas oportunidades cruciais, contra o Metropolitanos e contra o Vasco. Não fosse por ele, a situação colorada na Libertadores seria dramática.
Para José Alberto Andrade, repórter da Rádio Gaúcha e colunista de GZH, sua resposta é superior, inclusive, à expectativa do goleiro que chegou por empréstimo do Santos:
— Daniel caiu em desgraça com a torcida após não sustentar a fama de "melhor goleiro formado no Inter depois de Alisson". Keiller seguiu caminho semelhante. Só não deixou o clube. Valeu para John a experiência de um ex-titular do Santos, a personalidade de quem já falhou, mas nunca se abateu com isso, e que respondeu com qualidade técnica, protagonizando defesas milagrosas em momentos importantes. Esta combinação lhe deu a confiança da torcida.
Quem não aprovou
Baralhas, Jean Dias e Mário Fernandes
Três jogadores foram avaliados pela editoria de esportes de GZH como "não aprovados". Um deles é o caso mais claro. Mário Fernandes, uma das esperanças da temporada, nem sequer ficou meio ano no Inter. Entrou em campo apenas cinco vezes. Menos mal para o clube é que a saída não onerou ainda mais os cofres, e que seu futuro pode gerar alguma renda (há uma indenização para retornar ao futebol).
Jean Dias também não aprovou. Por mais que receba oportunidades de Mano Menezes, o ex-atacante do Caxias está longe de cumprir as necessidades do time.
Mesmo caso de Baralhas. O volante custou R$ 5 milhões aos cofres colorados, pagos parceladamente ao Atlético-GO.
— É uma contratação que não fez sentido. O Inter foi buscar num time rebaixado o volante que nem sequer foi o destaque, o melhor do time era Marlon Freitas (hoje no Botafogo). Sem contar que é uma posição em que há sempre um inchaço — analisa o narrador Marcelo De Bona, da Rádio Gaúcha.
Quem ainda precisa de mais minutagem
Nico Hernández, Campanharo, Rômulo, Gabriel Barros, Luiz Adriano
Assim como o Inter, esses jogadores oscilaram e agora estão em busca de afirmação. Seja por ter demorado demais a receber oportunidade ou porque a condição física não ajudava, os atletas ainda precisam de observação antes da avaliação definitiva.
Nico Hernández está na primeira categoria. O zagueiro chegou ainda durante o Gauchão, mas só foi acionado quando o Estadual havia acabado. E tem dado resposta positiva a ponto de brigar pela titularidade com nomes mais afirmados, como Mercado e Moledo. Gabriel Barros ainda aguarda sua vez.
Campanharo e Luiz Adriano fazem parte do segundo time. Os dois chegaram visivelmente fora de forma (não acima do peso, só longe do ritmo ideal). Agora, em melhores condições, dão resposta esperada.
E Rômulo vive boa fase, com direito a gol marcado na última partida. Para o colunista de GZH Marcos Bertoncello, ele pode receber mais chances:
— Na abundância de opções para a posição, e isto não é um elogio, Rômulo foi quem melhor se adaptou como camisa 5 do Inter nessa reta final de primeiro semestre. Conseguiu dar o equilíbrio necessário para o sistema de Mano Menezes, liberando Johnny e De Pena. Em meio à defasagem física do time, consegue se sobressair na vitalidade.