Mano Menezes completa, nesta quarta-feira, 400 dias no Inter. Nesse período, foram 70 jogos, 59% de aproveitamento, 33 vitórias. Foram 12 derrotas, mas metade delas nos últimos 24 dias, entre a partida de volta contra o CSA (que acabou virando classificação nos pênaltis) e o Gre-Nal.
Aliás, os clássicos pegam no histórico negativo do técnico: dois jogos, duas derrotas. Depois das quedas de Sandro Orlandelli da coordenação técnica e de William Thomas da direção executiva, além do preparador físico Jean Carlo Lourenço, trata-se de um novo recomeço para o treinador. Mas quais foram as falhas de cada setor para o time ter esse histórico recente?
Direção
A direção do Inter custou a entender que a boa campanha do Brasileirão do ano passado, de segundo lugar, foi reflexo direto da eliminação da Copa Sul-Americana e da Copa do Brasil. Com intervalo maior entre um jogo e outro na comparação com os rivais diretos, precisou rodar menos o time e pouco expôs as deficiência do grupo. Esse fato foi admitido publicamente há apenas duas semanas, em entrevista do presidente Alessandro Barcellos a GZH.
Até então, o entendimento era de que os atletas à disposição seriam suficientes para ganhar o Gauchão e avançar na Copa do Brasil e na Libertadores. No segundo semestre, nomes como Aránguiz e Enner Valencia aumentariam o poder da equipe. A ineficiência na busca dos reforços e as peças que foram incorporadas cobraram o preço em uma falta de rodagem do elenco. Agora, tenta corrigir os rumos com a demissão dos dois profissionais do departamento de futebol, Sandro Orlandelli e William Thomas.
Comissão técnica
É possível dividir em dois "grupos". Havia um claro descontentamento do técnico Mano Menezes e seus auxiliares com o trabalho de Jean Carlo Lourenço, preparador físico. Na última entrevista coletiva, o presidente apresentou dados afirmando que o time corre menos do que antes.
Lourenço foi demitido há duas semanas e a esperança de recuperação está na parada da Data Fifa, de 12 a 20 de junho. Mas há a parcela de Mano Menezes para os problemas físicos. O treinador rodou pouco o grupo até no Gauchão. Resultado: Alan Patrick, por exemplo, já tem 25 partidas no ano.
Em campo, há outros problemas. O treinador não está encontrando soluções com o grupo que tem. Usando suas palavras: se dois jogadores estão mal, pode ser problema individual; se o time inteiro está mal, é problema do técnico. À exceção de Alan Patrick, todos os atletas do Inter estão com desempenho inferior a 2022.
Jogadores
O coletivo do Inter está sofrendo mais do que antes, isso é verdade. Mais bagunçado e correndo errado, está também passando por problemas físicos. Mas, ainda assim, há dois problemas evidentes de desempenho.
Por exemplo: mesmo nas partidas em que teve meia hora de superioridade nos adversários, perdeu chances em profusão. Contra o Athletico-PR e contra o Grêmio, desperdiçou as oportunidades que poderiam ter aberto os placares.
Na defesa, Keiller está com nítida falta de confiança. O goleiro falhou contra o Grêmio como já havia ocorrido em outras partidas. Mercado e Moledo têm passado sufoco sem um volante que saiba dar combate — e os que são mais marcadores exageram nas faltas. Será preciso que os jogadores também estejam concentrados e caprichem nas execuções, tanto defensivas quanto ofensivas.