Prestes a completar uma semana desde que demitiu o preparador físico Jean Carlo Lourenço, o Inter ainda busca um substituto no mercado. Entretanto, as dificuldades de encontrar um profissional que se encaixe no perfil e nas pretensões salariais fazem com que a diretoria não descarte a efetivação daquele que era o auxiliar e atualmente ocupa o cargo de forma interina: João Goulart.
— Ainda estamos conversando. No futebol, nada pode ser descartado — disse uma fonte da diretoria consultada por GZH.
O diagnóstico feito pelos dirigentes colorados e componentes da comissão técnica é de que a queda de rendimento no decorrer dos jogos e falta de força física dos atletas impediram a equipe de repetir as boas atuações do segundo semestre do ano passado, quando o clube foi vice-campeão brasileiro. Por isso, optou-se pela saída de Lourenço, que havia sido contratado em dezembro, vindo do Santos.
— Temos muito respeito pelo profissional que saiu. O que temos de fazer quando achamos que as coisas não estão bem é modificar. Foi isso que fizemos. Não viemos a público porque não se discute essas questões em público. Mesmo que às vezes se concorde. Tentamos modificar, mas o responsável era o Jean Lourenço. Ele tem de ser responsável como profissional. Foi isso que fizemos até onde achamos que deveríamos — avaliou o técnico Mano Menezes após a terceira derrota no Brasileirão, sábado (13), para o Atlético-MG.
A intenção inicial era trazer de volta Flávio de Oliveira, que trocou o Inter pelo Corinthians após receber uma oferta salarial três vezes maior no final da última temporada. Porém, mesmo com o antigo funcionário estando livre no mercado desde a semana passada, quando foi desligado do clube paulista, uma cláusula contratual impede que ele aceite voltar a Porto Alegre e siga recebendo os valores da rescisão.
Outros nomes de experiência, que já passaram pelo Beira-Rio recentemente, também foram analisados. Um deles é Cristiano Nunes, que teve o contrato renovado no Atlético-MG com a adição de uma multa alta, impedindo qualquer avanço. Já Paulo Paixão é elogiado, apesar do vazamento do áudio com críticas a atletas do elenco que resultou em sua saída em 2021. Entretanto, ele se recupera de cirurgias de hérnia e não poderia assumir um compromisso de forma imediata. Neste cenário de escassez do mercado surge a possibilidade de uma solução caseira.
Goulart está em sua segunda passagem pelo Inter. Na primeira, iniciada em 2009, ganhou experiência nas categorias de base até ser chamado aos profissionais em 2015, quando da saída da comissão técnica chefiada por Diego Aguirre. Dali por diante, trabalhou com Argel Fuchs, Paulo Roberto Falcão, Celso Roth e Lisca.
Com a queda do clube para a Série B e a contratação de Antônio Carlos Zago, foi desligado, retornando já em 2019 para atuar no time sub-20. Neste período, também foi chamado para prestar serviço à seleção olímpica. Nas duas últimas temporadas, foi auxiliar no grupo principal.
Caso a opção seja por promovê-lo, trabalharia sob a chefia do Coordenador de Performance Antônio Carlos Fedato Filho, que foi anunciado ao mesmo tempo em que se oficializou a saída do antigo preparador físico.
Situação semelhante ocorreu em agosto do ano passado, quando o clube demitiu o treinador de goleiros Daniel Pavan. Inicialmente, o objetivo era segurar o auxiliar Marquinhos Trocourt, que também atuava pela Seleção Brasileira como auxiliar de Taffarel. Com a negativa deste profissional, Leonardo Martins foi promovido do time sub-20 e se mantém no cargo até hoje.