O América-MG, é um dos poucos times que estão mais pressionados do que o Inter neste momento da temporada. Com um empate em seis jogos do Brasileirão, vindo de uma goleada para o Cruzeiro, o time de Vagner Mancini teve até rescisão de contrato de um jogador envolvido em suspeita de manipulação de resultados. É esse o cenário que o Inter terá pela frente para tentar aliviar o ambiente tenso em que vive. A equipe de Mano Menezes muda o foco para a Copa do Brasil e abre as oitavas de final da competição a partir das 21h30min desta quarta-feira, no Independência.
Mas para mudar essa situação, será preciso uma nova atitude, além de uma reorganização da equipe. Mesmo que não mude o desenho, é possível que o técnico colorado reforce a marcação no meio-campo. Não se descarta que o setor abra com Campanharo e Baralhas, dando suporte a Mauricio e Alan Patrick, com Wanderson e Alemão na frente.
Certo mesmo é que haverá mudanças na defesa. Renê e Vitão, lesionados, estão fora. O zagueiro, aliás, será ausência por quatro semanas, devido a uma entorse no joelho. Moledo e Thauan Lara entram. A presença do jovem lateral, aliás, chegou a forçar um ensaio do time com três zagueiros, como no segundo tempo da partida do final de semana passado. Mas não é a tendência. O que, para o colunista colorado do Diário Gaúcho e comentarista identificado da Rádio Gaúcha, Vini Moura, é uma decisão acertada:
— Não é hora de três zagueiros. Deveria pensar em colocar três atacantes, Wanderson, Alemão e Pedro Henrique.
O colorado pede, na verdade, é uma nova forma de comportamento:
— O Inter precisa reagir. Precisa ter atitude. Portar-se como time grande.
Sem dúvida, o momento é o ideal para enfrentar o América-MG. Mancini está claramente pressionado, ameaçado de demissão, e reconheceu isso na última entrevista:
— É necessário que para este momento a gente tome algumas medidas de emergência. Não sei qual o time que vai jogar na quarta-feira. Depende muito da sensibilidade que eu tenho com os atletas, de tentar entendê-los, pelo semblante e pelos exames se estão aptos para entrar em campo. Se eu sentir que qualquer um deles, do goleiro ao ponta-esquerda, está carregando um fardo muito pesado, vai ficar de fora. Não posso tentar me segurar no emprego com uma atitude que não seja correta.
A jornalista Laura Rezende, que cobre o América-MG para o Globo Esporte, analisou:
— O maior desafio do time é emocional. São 17 gols sofridos em seis jogos. Não teve tempo para treinar para a decisão desta quarta-feira. Mancini precisará reativar talentos e resgatar a identidade americana. De um time que pressiona, considerado chato e difícil de tirar pontos. O trabalho é longo, mas possível.
E há ainda mais uma notícia positiva para o Inter. O Independência, nesta quarta-feira, estará longe de lotar. A tendência, aliás, é de casa vazia para o jogo. Praticamente um campo neutro para recuperar a confiança, que só virá com vitórias.