Até o começo da semana passada, o Inter tinha um problema claro. A equipe levava gols em todos os jogos. Agora, a situação se agravou: não só o time segue vazando como se acumulou a inoperância ofensiva. Já se vão 270 minutos sem balançar as redes dos adversários.
O pior ataque do Brasileirão, com apenas quatro gols em seis partidas, está refletido nas estatísticas. E aqui vai um exemplo da limitação: Mano Menezes costuma escalar o time com oito destros e três canhotos (às vezes, são nove a dois, até). Pois o Inter tem três gols de pé esquerdo (dois de Mauricio e um de De Pena) e um com o direito (Wanderson). Todos foram de dentro da área. Nenhum de cabeça.
Segundo o Sofascore, o Inter cria uma "grande chance" por jogo. Segundo o conceito do site, "grande chance criada é o passe que deixa o companheiro em ótimas condições de marcar". O América-MG, lanterna absoluto do Brasileirão, tem 2,6 grandes chances a cada 90 minutos.
Nos dados do FootStats, há 12 equipes que finalizam mais do que o Inter. Na direção do gol, foram 31 conclusões (está empatada com o Grêmio na nona posição). Nas seis partidas, 42 arremates foram para fora.
Apesar dos dados, Mano Menezes, ao menos publicamente, defende seus jogadores. Após o último jogo, ele afirmou que o time está produzindo:
— Se a equipe continuar criando como criou, a bola vai entrar. O futebol é assim. Vamos passar por esse momento.
A curiosidade é que o mesmo Mano já enfrentou período semelhante de seca dentro do Inter. No ano passado, seu pior momento coincidiu com a época em que ficou sem fazer gols. Foi entre 4 e 11 de agosto. O time ficou em dois empates em 0 a 0 com o Melgar pela Copa Sul-Americana (e acabou eliminado nos pênaltis, em casa) e, entre as duas partidas, levou 3 a 0 do Fortaleza (que tinha um jogador expulso desde os 30 minutos do primeiro tempo).
Para mudar o cenário, o técnico estuda algumas mudanças na equipe. Uma delas é devolver Pedro Henrique ao comando do ataque, posição em que mais se destacou até o momento em 2023. O técnico já testou essa alternativa em treinos nas últimas semanas, mas não chegou a colocar em prática por mais do que 10 minutos nas partidas.
A outra substituição cogitada é mudar o desenho tático. A ideia seria usar Renê como terceiro zagueiro, pela esquerda, e adiantar Thauan Lara, bastante elogiado pelo treinador após o jogo com o Atlético-MG. O time jogaria no 3-5-2, deixando que os alas usem os lados do campo, centralizando mais os atacantes. O treino desta terça-feira (16) pode definir essa utilização.
Inter no Brasileirão
- 4 gols
- 20º ataque do Brasileirão
- 13º lugar no ranking de finalizações
- 31 finalizações certas
- 39 finalizações erradas
- 0 gol de fora da área
- 0 gol de cabeça
- 1 gol de pé direito
- 3 gols de pé esquerdo
- 1 grande chance de gol por partida