ESCLARECIMENTO: inicialmente, GZH publicou que o aumento em salários seria de R$ 12 milhões em gastos com CLT. A informação desconsiderava R$ 8 milhões em cortes de direito de imagem que o Inter irá implementar. O clube trata estes valores como parte do salário. Levando em consideração as duas informações, o acréscimo será de R$ 4 milhões. A informação ficou no ar das 16h41min às 20h24min desta quarta-feira (7).
O Inter apresentou ao seu Conselho Deliberativo o planejamento orçamentário para a temporada 2023, com uma projeção de aumento de receitas e superávit de mais de R$ 1,5 milhão. O plano entregue aos conselheiros será votado em reunião na próxima segunda-feira (12).
Conforme o documento que GZH teve acesso, o clube prevê um faturamento de aproximadamente R$ 491 milhões ao final de 2023, justamente quando será encerrado o mandato do presidente Alessandro Barcellos. Neste cenário, em uma temporada com disputa de Libertadores, o Inter terá aumento em cotas de TV, patrocínios, arrecadação de jogos e no quadro social.
Com o incremento de novas receitas, a direção pretende reduzir a dívida do clube, próxima dos R$ 600 milhões e que não foi reduzida nos últimos anos.
— Nós vivemos um cenário de dificuldade financeira. O clube tem uma dívida que não conseguimos diminuir. Pela remuneração alta, por mais que se gere caixa, também se gera uma remuneração na dívida. Se enxuga gelo, em uma linguagem mais popular. Com a possibilidade de novas receitas, tentamos fazer frente a essa dívida. A parte bancária e fornecedores e agentes, de contratos mais antigos, trazem a necessidade de renegociar isso— disse Alessandro Barcellos em entrevista a GZH.
Por outro lado, há uma projeção de queda em venda de jogadores. Em 2022, com as negociações de Yuri Alberto, Carlos Palacios, Rodrigo Dourado e Gustavo Nonato, o Colorado atingiu a marca de R$ 165 milhões. Para o próximo ano, o plano é de R$ 135 milhões. Johnny, Edenilson e Mauricio são os mais cotados para deixar o clube e ajudar a atingir esta marca.
Em busca de títulos em 2023, o Inter irá aumentar o gasto com o futebol, que passará de R$ 288 milhões para R$ 292 milhões. O principal crescimento será no valor dos salários CLT, elevado em quase R$ 12 milhões. Em contrapartida, o clube pretende cortar em cerca de R$ 8 milhões os gastos com direitos de imagem dos jogadores.
Conforme o Departamento Financeiro do Inter, a remuneração dos atletas é composta pelos salários CLT e direitos de imagem. Portanto, o aumento CLT e direitos de imagem é de quase R$ 4 milhões.
A permanência de Wanderson, por exemplo, fará o atacante ser um dos jogadores mais bem pagos no Beira-Rio. Uma negociação para a renovação de contrato do zagueiro Vitão também está incluída nesta projeção de crescimento da folha salarial.
— Temos de ter atenção com contratações e a necessidade de venda. Neste ano tivemos um dos maiores valores de vendas nos últimos anos. É importante, nos ajuda a sobreviver, mas precisamos mais, buscar novas receitas, valorizar o nosso ativo para alavancar recursos — destacou Barcellos.
As gratificações de atletas (luvas e prêmios por objetivos alcançados) são projetadas em cerca de R$ 9 milhões. No entanto, serão cortadas em R$ 800 mil as despesas com empresários de atletas.
Outro corte a ser feito será no futebol feminino, que passa por reformulação e não renovou contrato com o atacante Fabi Simões, a Mulher Gre-Nal. Em 2022, o clube orçou mais de R$ 9 milhões para as Gurias Coloradas. Desta vez, porém, a projeção ficou em R$ 7, 7 milhões.