Aos 25 anos, Keiller vive um momento inusitado no Inter. Pela primeira vez, o goleiro teve uma sequência de partidas como titular da equipe que o revelou. Desde a estreia entre os profissionais, em abril de 2017, a realidade no Colorado foi marcada pela falta de oportunidades, situação que foi alterada na reta final da atual temporada.
— Estou feliz por estar recebendo essa sequência de jogos. Tive muita paciência neste ano. É difícil para um goleiro jogar de três em três meses. Essa sequência no final ajudou bastante no meu desempenho. Eu nunca mudei nada. Nunca mudei o meu jeito de ser. Sempre esperei com muita dedicação. Estou aproveitando o momento — destacou.
O goleiro natural de Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, assumiu a meta colorada após uma lesão de Daniel, que ficou impossibilitado de atuar por conta de um trauma no olho. Keiller lamentou a lesão do colega de posição, com quem dividiu a trajetória na base:
— O Daniel é um amigo meu. Fizemos o mesmo caminho na base. Ele é um espelho. Felizmente, ele teve a oportunidade dele em 2021. Eu optei por buscar a minha fora. Creio que tivemos um crescimento na mesma hora. Ele é um cara gente boa. Sempre conversamos muito. Minha relação com ele sempre foi muito boa — afirmou.
A chance de mostrar sua qualidade veio na Chapecoense, em 2021. A escolha pelo empréstimo se deu após três anos sem receber um minuto sequer para provar o estágio em que se encontrava. Pelo clube catarinense, foram 30 partidas disputadas. No Colorado, foram apenas 11 aparições até o momento.
— Sou muito grato pela oportunidade que tive na Chapecoense. Foi muito importante para mim. Vinha de alguns anos tendo pouca visibilidade. O Inter tinha o Danilo, o Lomba e também o Daniel na minha frente. Achei que tinha de buscar o meu espaço. Foi muito importante respirar um novo ar e viver uma nova cultura, até para voltar melhor. Estava há 12 anos no clube. Foi muito proveitoso — ressaltou.
O atleta valorizou a campanha do Inter no Brasileirão. A boa fase, é bom que se diga, tem muito a ver com a segurança defensiva apresentada pelo time, que sofreu 28 gols passadas 31 rodadas. Sobre os números, Keiller divide a responsabilidade com os demais companheiros:
— O Mercado é uma referência, com Copa do Mundo no currículo. É um cara experiente, Quando estreei contra o São Luiz, ele pediu para eu orientar ele. Ele disse que precisava estar atendo os 90 minutos de jogo. Ele sempre dá a vida no dia a dia. O Vitão é um menino que tinha poucos jogos na carreira, mas está mostrando desempenho. O Moledo saiu por lesão e quem entrou deu conta do recado. Tem o Mano também, que pede para a gente fazer o simples. Isso tudo é uma somatória — pontuou.