Vindo de cinco jogos de invencibilidade, o que lhe levou a assumir a vice-liderança do Campeonato Brasileiro, o Inter enfrentará na próxima segunda-feira (28) uma equipe que vive uma situação completamente oposta. O Atlético-GO, que fez uma campanha histórica na Copa Sul-Americana ao chegar até a semifinal, ocupa a penúltima colocação na classificação e não vence há cinco rodada.
Com apenas 22 pontos somados, os goianos estão a seis do primeiro time fora da zona de rebaixamento, o Coritiba, e têm 90,9% de chances de queda de acordo com a projeção feita pelo Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), especializado em probabilidades no futebol.
Além da Sul-Americana, o Atlético-GO também foi longe na Copa do Brasil, chegando até as quartas de final. A equipe até venceu o Corinthians por 3 a 1 no jogo de ida, mas acabou eliminada na volta. Mas esse bom desempenho nas copas não foi comum ao longo do Brasileirão.
O Dragão entrou no Z-4 logo após a segunda partida na competição e desde então só conseguiu ficar fora do grupo dos quatro últimos em quatro rodadas. Essa diferença de desempenhos intriga até mesmo quem acompanha de perto o Atlético-GO.
— Essa é a pergunta de um milhão de dólares. Muito difícil de entender, realmente. O que foi mais perceptível entre o time do Brasileiro e o das copas foi a postura: pareceu melhor preparado, tanto na parte tática quanto psicologicamente. Por exemplo, contra Olimpia-PAR e Nacional-URU aqui em Goiânia, fez a vantagem muito cedo e depois controlou bem. Contra o Corinthians também, no jogo aqui da Copa do Brasil. E o mais curioso é que nem sempre usou o time principal, tinha vários reservas na Sul-Americana. No Brasileirão perdeu muitos pontos por bobeiras, seja uma falha individual ou um lance de desconcentração. Até fez alguns bons jogos, mas sem vencer. Mas agora realmente desandou, o time está jogando mal e o grupo parece sem reação — avalia Arthur Barcelos, da Rádio Sagres, de Goiás.
A campanha ruim no Brasileirão causou a demissão de Jorginho no final de agosto mesmo com o clube classificado para a semifinal da Copa Sul-Americana. A derrota no clássico para o Goiás foi a gota d'água para o treinador que hoje dirige o Vasco na Série B.
O escolhido para substituir foi Eduardo Baptista. O início do técnico foi promissor, com uma vitória por 3 a 1 sobre o São Paulo no jogo de ida da semifinal da Sul-Americana. A sequência, porém, veio com decepções. O Atlético-GO perdeu dois compromissos pelo Brasileirão e acabou derrotado pelo tricolor paulista na volta, no Morumbi, por 2 a 0, caindo da competição continental nos pênaltis.
No Beira-Rio: empate em jogo ruim do Inter
Mesmo com a dificuldade no Campeonato Brasileiro, o Atlético-GO deu trabalho ao Inter no primeiro turno, no Beira-Rio, em partida que terminou em 1 a 1 com o goleiro Daniel como destaque. Na ocasião, Mano Menezes admitiu a má jornada de sua equipe e creditou à superioridade goiana a dificuldade colorada para encaixar a marcação no volante Marlon Freitas.
— O adversário fez um movimento interessante, que nós sabíamos que ia fazer. Puxou o Baralhas para o lado esquerdo, empurrou o lateral para a frente e centralizou o Marlon Freitas. Neste movimento, nós não conseguimos fazer o encaixe que queríamos fazer. Eles sempre conseguiram escapar. Fizeram bem feito, mas nós tínhamos que ter conseguido adiantar um pouco mais — analisou o treinador colorado.
Destaque naquele jogo no Beira-Rio, Marlon Freitas perdeu espaço no Atlético-GO. Já com pré-contrato assinado para defender o Botafogo na próxima temporada, ele teve uma queda de desempenho e ficou na reserva na última rodada, na derrota para o Coritiba.
— Do jogo do primeiro turno, mudou bastante coisa. O time não tem Ronaldo e Ramon, que estão fora da temporada por lesão, e não vai ter o Jorginho, que está suspenso. O Marlon Freitas, que era o principal jogador, está muito mal desde agosto e até acabou sacado do time no último jogo. Ele vem sendo bastante criticado pela postura em campo desde que fechou o pré-contrato com o Botafogo. E na partida do Beira-Rio, o Atlético estava nas nuvens porque tinha acabado de conseguir a classificação para as oitavas da Sul-Americana, mas agora está com a confiança totalmente destruída — destaca Arthur Barcelos.
O Atlético-GO tem o terceiro pior aproveitamento entre os mandantes na Série A, com apenas quatro vitórias em 13 jogos. A equipe conquistou 38,5% dos pontos que disputou em casa.