Mesmo jogando em casa, o Inter não conseguiu vencer o Atlético-GO na noite desta segunda-feira (31). O quinto empate consecutivo no Brasileirão deixou o Colorado no meio da tabela, em 12º lugar. Mas, mais do que isso, ficou a sensação de que o time gaúcho ficou "mais perto de perder do que de ganhar".
A frase foi dita pelo técnico Mano Menezes, que admitiu a má atuação da equipe, dando créditos a um jogador adversário com nome e sobrenome: Marlon Freitas.
— O adversário fez um movimento interessante, que nós sabíamos que ia fazer. Puxou o Baralhas para o lado esquerdo, empurrou o lateral para a frente e centralizou o Marlon Freitas. Neste movimento, nós não conseguimos fazer o encaixe que queríamos fazer. Eles sempre conseguiram escapar. Fizeram bem feito, mas nós tínhamos que ter cosneguido adiantar um pouco mais.
Com as duas equipes postadas no mesmo sistema tático (4-2-3-1), as diferenças ficaram na movimentação dos atletas. Os goianos, comandados por Jorginho, subiram os dois laterais ao mesmo tempo, deixando o camisa 8 com a incumbência de armar o jogo pelo meio. Foi ele, inclusive, quem mais acertou passes no jogo: 84 passes, segundo o site Sofascore. Graças a ele, os visitantes tiveram também maior posse de bola (55%), dominando a partida no Beira-Rio.
— Se pegarmos as imagens, vamos ver que o mapa de calor (ver imagem abaixo) do Marlon Freitas estava bem centralizado. Então, ficamos com o Marlon Freitas na construção e o Pena lá atrás, no nosso setor, sem ninguém para pegar. Mas, como o time perdeu a confiança de subir, o jogador olha e acha longe. Não vai, não tem confiança para chegar. Este é o problema que tínhamos para resolver e vamos resolver, porque pode acontecer novamente — analisou o treinador colorado.
A escalação de Carlos De Pena como uma espécie de segundo volante, ao lado esquerdo de Rodrigo Dourado, não é exatamente uma novidade. Apesar de ter sido contratado como um ponta, por indicação de Alexander Medina, o uruguaio tem sido utilizado por dentro desde a primeira partida sob o comando de Mano Menezes. Desta vez, contudo, a situação foi bem controlada pelos adversários.
— Não podemos esquecer que o adversário do outro lado tem méritos e já começou a estudar. Hoje (segunda), por exemplo, o Pena teve dificuldade para armar por dentro, porque os outros estudam também a gente. O Marlon (Freitas) sempre esteve muito próximo do Pena, que jogou de costas, devolveu a bola para trás e o time não conseguiu transitar com a mesma qualidade de armação que teve nos outros jogos. Então, já é um problema novo que temos de resolver. Temos que encontrar novas soluções e isso é natural — concluiu o treinador.
Pela indicação do técnico, não se avalia qualquer mudança na escalação da equipe para o próximo jogo. Segundo ele, é apenas uma questão de "encaixe" de marcação. Caso pense em colocar mais um volante, Gabriel e Liziero são as principais alternativas. Outra opção é baixar Edenilson, que tem atuado aberto pela direita, para formar um tripé de meio-campo. Porém, será preciso deslocar alguém para fazer o corredor, abrindo mão da figura do camisa 10 ou do centroavante.
O próximo compromisso do Inter é contra o Bragantino, fora de casa, no próximo domingo (5).