Mano Menezes ganhou mais uma opção ofensiva para a reta final do Brasileirão. Contratado em 28 de julho, o centroavante Mikael está, enfim, à disposição do Inter. Ele passou por um processo de aprimoramento físico, melhorou sua condição e pode ser aproveitado com frequência maior a partir de agora.
Ele fez um trabalho especial ir além de emagrecer. Na Itália, onde atuava pela Salernitana, circulou a informação de que esteve próximo dos 100kg. Baixou quase 10 kg na chegada ao Inter, que pôs como meta chegar a menos de 90 kg. Mas só perder peso não adiantaria. Como explicou o técnico em entrevista recente, é necessário melhorar a condição como um todo:
— Quando um atleta perde peso, fica mais fraco. Precisamos recuperar a força física.
Mikael tem feito isso. E agora, em forma, tem treinado melhor. Internamente, a avaliação colorada é de que ele subiu sua performance nas atividades, cresceu no conceito da comissão técnica e está cada vez mais próximo de ganhar mais minutos. Contra o Cuiabá, ficou no banco pela primeira vez em mais de um mês. Deve ser novamente relacionado para enfrentar o Atlético-GO na segunda-feira.
Até agora, o ex-atacante do Sport, que chegou ao Inter vindo da Salernitana, entrou em campo apenas alguns minutos contra o Melgar. Naquele jogo, sua utilização se deu porque Alemão estava suspenso e só havia Braian Romero, que se desgastou demais. A partida acabou prejudicada porque o Colorado teve um jogador expulso e passou o resto do tempo se defendendo.
Ele chegou visivelmente acima do peso. Isso dito inclusive publicamente pelo proprietário da Salernitana, Danilo Iervolino. O dirigente não perdeu a chance de bombardeá-lo, em julho:
— Em três semanas, engordou muito. Não tem respeito pelo trabalho, pelos companheiros, pelo clube que o paga e por si mesmo. É um fato muito grave.
Mikael, na apresentação no Inter, admitiu que estava fora de forma:
— Estava voltando de férias e sei que errei. Mas costumo perder peso rápido e me coloco em condição física perfeita em pouco tempo.
A verdade é que Mikael foi contratado, assim como Braian Romero, porque não havia plena certeza no desempenho de Alemão e nem em Matheus Cadorini, que recém completou 20 anos. Por ter vindo do Novo Hamburgo e não ser experiente o suficiente em jogos maiores, os dirigentes entenderam que o ideal era ter reposição pronta em caso de problemas no ataque.
Só que Mikael se atrasou, em razão dos problemas físicos. Por isso, ficou atrás do argentino na hierarquia, após a saída de Cadorini.
Para agravar ainda mais seu caso, Alemão engrenou. O centroavante é dono de gols importantes e assistências. Virou xodó da torcida e não há razão para que Mano lhe tire dos jogos. Por isso, o mantra de Mikael, agora, é aquele clichê dos jogadores: precisa estar pronto para quando for acionado. Pelos desempenhos em treinos e pelas avaliações internas, isso está ocorrendo.