Eles ficam em campo juntos pouco mais de meia hora por jogo, em média. Confundem narradores pela semelhança. Têm origens parecidas, nos interiores de Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Garantem que torcem para o Inter desde a infância. E são responsáveis pelo melhor momento da equipe no Brasileirão. Alemão e Pedro Henrique, a carismática dupla de ataque da bergamota e das bandinhas, é boa também de gols.
Alemão, que na verdade tem sobrenome polonês (Zurawski, em referência a um distrito do país), e Pedro Henrique, que tem sobrenome alemão (Konzen) são donos de 16 gols e seis assistências pelo Inter. No Brasileirão, participaram ativamente de 29 dos 49 pontos conquistados pela equipe após 27 rodadas.
Contando as partidas em que estiveram em campo ao mesmo tempo, somam 19 jogos, incluindo também Sul-Americana. E, juntos, marcaram nove gols e deram cinco assistências. Os dois últimos jogos exemplificam isso: contra o Cuiabá, Pedro Henrique cruzou e Alemão marcou; diante do Atlético-GO, Alemão passou e Pedro Henrique fez a bola passar pela linha.
Como quase sempre Pedro Henrique começa no banco, a média deles juntos é próxima de 36 minutos por jogo. Nessa meia hora, conseguem aliar velocidade e verticalidade, duas de suas principais armas. Na segunda-feira, em Goiânia, tiveram o maior tempo em campo com a camisa colorada no Brasileirão, 77 minutos. Saíram juntos, aliás, substituídos por Braian Romero e David.
Essa situação não parece incomodar Pedro Henrique, que é mais frequente no banco do que Alemão, titular costumeiro. Segundo o ponta, a experiência de mais de uma década na Europa lhe fez compreender que nem sempre a melhor contribuição vai ser dada estando em campo desde o minuto inicial.
— Vou estar pronto sempre. Nos outros times em que fui campeão, sempre teve a força do grupo. Na Grécia, fui para a reserva, entrei no segundo tempo da final e fiz o gol. Tive experiências que me deram oportunidade para encarar essa possibilidade de jogar no Inter — declarou o jogador.
Mano explicou que nem sempre a escolha de Wanderson como titular e Pedro Henrique na reserva é técnica. Segundo ele, às vezes a opção se dá por característica do jogo e do adversário. Wanderson é um jogador mais técnico, de dribles mais curtos.
— Trabalhamos com o Pedro durante a semana. Mostramos algumas coisas sobre tomada de decisão. O Pedro é um jogador muito agudo. Começamos a ter variação para essa capacidade que ele tem, de driblar e passar. Jogar um pouco sem a bola vai fazer ele ser mais completo, assim como temos outros jogadores nesse processo de evolução — detalhou o treinador.
Nos minutos em que estão em campo juntos, porém, conquistaram a torcida (e as redes sociais). No final da partida, Pedro Henrique deu mais uma demonstração do entrosamento com o colega de ataque. Postou, em suas redes sociais, uma foto dos dois comendo bergamotas no vestiário do Estádio Antônio Accioly. Eles também comemoram juntos fazendo uma dancinha com referência à música Guardanapo, da banda Rainha Musical, uma atração típica de festas do Interior.
Mauricio Lima, vocalista do Rainha, em entrevista a GZH, explicou a relação com Pedro Henrique:
— Na época que ele estava na Europa, ele sempre nos mandava vídeos ouvindo nossas músicas. Agora que ele está em um time de elite do Brasil, teve essa repercussão. É algo que ele sempre fez pra nós, porque ele realmente gosta de bailão. Quando ele estava na Europa, mostrava sua humildade. Eu querendo saber de tudo dos caras e ele queria falar de bailão, de tal e tal banda. É um dos caras mais humildes que conheço e nunca mudou.
Entre bergamotas, bandinhas e carisma, os dois vão ajudando o Inter a se consolidar no grupo que estará na Libertadores em 2023. E a perseguir o Palmeiras no sonho de brigar pelo título do Brasileirão ainda na atual temporada.
Alemão e Pedro Henrique juntos
- 19 jogos
- 681 minutos
- 36 minutos/jogo, em média
- 9 gols _ 5 de PH, 4 de Alemão
- 5 assistências
- 9 vitórias
- 6 empates
- 4 derrotas