Depois da decepcionante eliminação na Copa Sul-Americana para o Melgar, o Inter mostrou recuperação neste domingo (14) e conseguiu golear o Fluminense por 3 a 0, pela 22ª rodada do Brasileirão. Para quebrar a invencibilidade de 13 jogos do clube carioca, Mano Menezes fez alterações táticas que foram determinantes para contar os pontos fortes do time de Fernando Diniz.
O Inter iniciou o jogo com duas três mudanças de nomes em relação aos onze que haviam começado contra o Melgar, na quinta-feira. Suspenso na Sul-Americana, Alemão retornou ao comando do ataque no lugar de Braian Romero. Edenilson, com um edema muscular, e Alan Patrick, por opção, foram outros jogadores que deixaram a equipe para as entradas de Johnny e Mauricio.
Quando a bola rolou pôde se ver uma mudança tática de Mano Menezes no desenho da equipe. O treinador saiu do habitual 4-2-3-1 e montou a equipe no 4-1-4-1. Johnny formou um tripé de meio-campo com Gabriel e Carlos de Pena enquanto Mauricio ocupou o lado direito. Ou seja, Mauricio foi em posicionamento inicial mais um substituto de Edenilson do que de Alan Patrick
Com a bola, Mauricio tinha liberdade para aparecer por dentro se aproximando de Alemão enquanto Bustos atacava o espaço gerado pelo meia. Wanderson seguiu aberto pela esquerda e De Pena foi o homem do tripé de volantes com maior liberdade para avançar.
O Fluminense é a equipe do Brasileirão com maior média de posse de bola com 59,3%. Isso é a resultado da forma de jogar de Fernando Diniz, que busca aproximar muitos dos seus jogadores da zona da bola para assim criar opções de passes para sair desde a defesa até o ataque com toques curtos pelo chão. Diferente de outros jogos, quando marcou baixo para explorar contra-ataques, no primeiro tempo o o Inter adiantou a marcação para pressionar o Fluminense perto de sua área.
Peça-chave no funcionamento da equipe e principal articulador das jogadas, Ganso caiu para o lado esquerdo levando as aproximações de seus companheiros para esse setor. Por ali, o Inter tinha Mauricio como um primeiro marcador aberto tendo Johnny, Gabriel e Bustos subindo junto para pressionar.
Essas quatro jogadores foram os que mais roubaram bolas na partida. Johnny foi o primeiro em desarmes, com oito no total. Bustos, Mauricio e Gabriel tiveram três desarmes cada.
— Hoje (domingo) armamos um tripé por dentro do campo, composto por Gabriel, Johnny e De Pena. Isso nos deixou com força para neutralizar um movimento muito grande do Fluminense. A partir dessa força e de um poder de marcação mais forte conseguimos retomar a bola e construir a vitória. Johnny não é Edenilson, mas tem coisas que o Edenilson não tem, que é essa força de retomada, pressão sobre o adversário. Edenilson é mais técnico, mais meia que Johnny, o Johnny é um pouquinho mais volante que o Edenilson — explicou.
A estratégia de Mano funcionou não apenas para conter o Fluminense como para roubar a bola que gerou o gol de Bustos com assistência de Johnny. O Inter teve ainda no primeiro tempo uma bola na trave com Wanderson e um cabeceio de Johnny após escanteio que só não foi gol por uma grande defesa de Fábio. O Tricolor foi para o intervalo com apenas quatro finalizações, nenhuma no gol.
Inter muda estratégia para o segundo tempo
Com dificuldade para sair do seu campo pela marcação alta do Inter, Fernando Diniz voltou para o segundo tempo com Felipe Melo no lugar de Manoel na zaga, uma ideia para melhorar sua saída de bola. Mano Menezes, porém, mudou a estratégia para a etapa final.
Com 1 a 0 favor, o Inter passou a marcar em seu campo de defensa. Com as linhas mais próximas da meta defendida por Daniel, o Colorado tinha campo para contra-atacar. A ideia de Diniz de ganhar saída de bola com Felipe Melo acabou virando um calcanhar de Aquiles da equipe. Aos 39 anos, a falta de velocidade do volante utlizado como zagueiro foi aproveitada pelo Inter para fazer o segundo gol com Alemão e também no lance do polêmico gol anulado de Mauricio.
Destaques da partida, Alemão e Mauricio saíram aos 32 minutos da etapa final para as entradas de Pedro Henrique e Braian Romero. As trocas finais foram Alan Patrick por Wanderson e Liziero por Johnny sem alteração do sistema tático. Habitualmente usado como meia central, Alan Patrick dessa vez entrou aberto pelo lado esquerdo.
Carlos de Pena marcou nos acréscimos o gol que definiu o placar de goleada em uma noite que marcar bem foi a chave para o Inter conter o Fluminense. O time carioca terminou o jogo com apenas sete finalizações, nenhuma no alvo. Foi a primeira vez no Brasileirão que o Tricolor Carioca terminou uma partida sem nenhum chute no gol. Isso só havia acontecido uma vez sob comando de Fernando Diniz, um empate em 0 a 0 com o Union de Santa Fe, na Argentina, pela Sul-Americana. Aquele foi o quinto jogo de Diniz nesta segunda passagem pelo Fluminense.
Números de Inter 3 x 0 Fluminense
- Posse de bola: Inter 32% x 68% Fluminense
- Finalizações: Inter 15 x 7 Fluminense
- Finalizações no gol: Inter 5 x 0 Fluminense
- Passes: Inter 296 x 630 Fluminense
*Fonte: Sofascore