Se só sobrou o Brasileirão, que se jogue até o final em busca do que for possível. Foi assim que o Inter encarou a realidade de 2022 e venceu, jogando bem, sem tantos sobressaltos, uma das sensações da temporada. O 3 a 0 (gols de Bustos, Alemão e De Pena) sobre o Fluminense de Fernando Diniz manteve o Inter no G-6, em sexto, um ponto à frente do Atlético-MG e 12 atrás do líder Palmeiras. A partida foi marcada por hostilidades da torcida e por uma clara divisão nas arquibancadas, entre quem ainda apoia o time e quem critica.
O reencontro com o Beira-Rio três dias depois da eliminação para o Melgar na Copa Sul-Americana foi de pressão e hostilidade. Até Mano Menezes foi vaiado, pela primeira vez. O técnico escolheu, como time para tentar dar a volta por cima, Johnny para substituir Edenilson (que ficou de fora por um edema no joelho esquerdo) e Mauricio no lugar de Alan Patrick, desgastado. Alemão retomou o lugar de centroavante.
A partida começou equilibrada, com 10 minutos de estudos entre as duas equipes. O primeiro arremate foi dos visitantes. Matheus Martins foi lançado pela direita e cruzou. Mercado escorregou na hora de cortar e Cano dominou, girou e bateu. A bola desviou em Vitão e saiu raspando a trave.
Aos 13, o Beira-Rio viu uma situação inusitada. O Inter tentou o ataque pela esquerda e a zaga do Flu cortou, recuando a bola para o goleiro. Fábio dominou e foi acossado por Alemão. Conseguiu passar pelo atacante colorado. Mauricio apertou junto e, mesmo assim, o goleiro dribou e saiu jogando.
Levou 24 minutos para que o Inter tivesse a primeira finalização. O Fluminense tentou sair jogando desde trás, o ataque colorado subiu a marcação e Mauricio recuperou a bola, que foi cruzada para a meia-lua, onde apareceu De Pena. O uruguaio matou no peito e chutou, mas à direita da trave de Fábio.
Aos 31, de fato, chance de gol. A jogada começou com Renê, pela esquerda, entregando para De Pena, que de imediato lançou Wanderson. Ele correu ao lado de Nino e, com um drible, desconcertou o zagueiro do Flu. A conclusão seca encontrou o poste direito de Fábio. Na volta Alemão foi desarmado na hora de finalizar. Na cobrança de escanteio, Johnny se antecipou de cabeça e Fábio fez uma grande defesa.
PEDRO ERNESTO
Entre tapas e beijos, o Inter fez um bom jogo
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A pressão cresceu e virou gol. Aos 34, a cena se repetiu: marcação firme no ataque, do lado direito, e bola recuperada. A tabela entre Mauricio e Johnny fez a bola chegar a Bustos. O lateral não teve dúvidas: de dentro da área, encheu o pé, cruzado, sem chances para o goleiro.
O Inter foi com o 1 a 0 para o vestiário, mas nem mesmo a vantagem acalmou parte do estádio. Aliás, dividiu: da metade do primeiro tempo em diante, a torcida organizada xingava os jogadores, enquanto o restante vaiava os xingamentos. Foi essa a trilha sonora do intervalo.
O Flu voltou com uma modificação: Felipe Melo no lugar de Manoel. E a segunda etapa começou acelerada. Aos dois minutos, Alemão teve chance na área, mas se atrapalhou na hora de bater. Aos cinco, a resposta dos cariocas foi em escanteio cobrado no primeiro pau, Nino desviou e por pouco a bola não entrou.
GUERRINHA
Reação com efetividade do Inter no Beira-Rio
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O segundo tempo se desenhava com o Fluminense buscando o empate e o Inter resistindo, especulando o contragolpe certo. Ele veio, aos 16 minutos. Alemão fez o pivô no meio do campo, em uma roubada de bola, e serviu Mauricio. Cara a cara com Fábio, o meia só desviou e ampliou. Comemorou, festejou, desabafou. E quatro minutos depois, o lance foi anulado pelo VAR por impedimento milimétrico do centroavante no início da jogada.
Aos 26, não teve jeito. O Inter tramou pelo meio e De Pena encontrou Alemão entrando no meio da zaga. O passe foi na medida e o centroavante não perdoou. De pé esquerdo, venceu Fábio e foi para a torcida. Desta vez, sem linhas, Inter 2 a 0.
DIOGO OLIVIER
Só Freud para explicar o Inter
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Com a vantagem ampliada, Mano mexeu na equipe: entraram Romero e Pedro Henrique, saíram Alemão e Mauricio. Nos minutos finais, outras duas trocas: Alan Patrick e Liziero nas vagas de Johnny e Wanderson. Aos 40, Romero quase marcou seu primeiro gol pelo Inter. Ele recebeu nas costas da zaga e chutou de esquerda. Fábio saiu bem e abafou. Nos acréscimos, De Pena aproveitou uma das tantas falhas de Felipe Melo e, da entrada da área, finalizou em curva, tirando de Fábio. Goleada, Inter 3 a 0. A primeira missão foi concluída. O desafio será recuperar a confiança da torcida.
FICHA TÉCNICA
Brasileirão — 22ª rodada — 14/8/2022
Inter
Daniel; Bustos, Mercado, Vitão e Renê; Gabriel, Johnny (Liziero, 39'/2ºT), Mauricio (Pedro Henrique, 33'/2ºT) e De Pena; Wanderson (Alan Patrick, 39'/2ºT) e Alemão (Romero, 33'/2ºT). Técnico: Mano Menezes.
Fluminense
Fábio; Samuel Xavier, Nino, Manoel (Felipe Melo, int.) e Caio Paulista; André e Martinelli; Matheus Martins (Marrony, 31'/2ºT), Ganso (Willian, 24'/2ºT) e Arias (Nathan, 13'/2ºT); Cano (John Kennedy, 24'/2ºT). Técnico: Fernando Diniz.
Gols: Bustos (I), aos 34 minutos do primeiro tempo; Alemão (I), aos 26, e De Pena (I), aos 47 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Daniel (I); Marrony (F).
Local: Beira-Rio.
Público: 14.824 (12.058 pagantes).
Renda: R$ 653.069.
Arbitragem: Ramon Abatti Abel, auxiliado por Kleber Lucio Gil (Fifa) e Thiaggo Americano Labes (trio catarinense). VAR: Adriano Milczvski (PR).
Próximo jogo
Brasileirão — 23ª rodada
22/8/2022 — 20h
Avaí x Inter
