A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) determinou abertura de inquérito para investigar denúncia de injúria racial feita pelo volante Edenilson, no jogo entre Inter e Corinthians, pelo Brasileirão. A informação foi confirmada pelo procurador Ronaldo Piacente. O volante acusa o jogador Rafael Ramos, do time paulista, de chamá-lo de "macaco". O corintiano nega o fato.
Se a denúncia for encaminhada, tanto Ramos quanto o Corinthians podem ser punidos pelo Tribunal. Conforme o artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), "praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência" pode ter como pena a suspensão de cinco a 10 partidas, se praticada por atleta, além de multa de R$ 100 (cem reais) a R$ 100.000 (cem mil reais).
Caso a infração seja considerada de extrema gravidade, o órgão judicante, no caso o STJD, poderá aplicar penas dos incisos V, VII e XI do art. 170, que preveem punições como advertência (a mais leve) até exclusão de campeonato ou torneio (a mais grave).
No empate em 2 a 2 entre Inter e Corinthians, Edenilson reclamou de ter sofrido injúria racial após uma disputa de bola com o lateral-direito Rafael Ramos, do Corinthians.
Cauê Vieira, vice-presidente de relacionamento social do Inter, buscou a Polícia Civil após o jogo e três policiais foram ao vestiário colorado depois da partida.
Na sequência, Rafael Ramos foi preso em flagrante em posto policial no Beira-Rio. O defensor prestou depoimento no estádio e foi liberado após realizar o pagamento de fiança de R$ 10 mil, que ocorreu três horas e meia após o apito final do jogo. No âmbito civil, o jogador do clube paulista irá responder ao processo em liberdade.