Atual campeão potiguar, o Globo-RN tem poucas expectativas para o jogo contra o Inter, nesta quinta-feira (3). Apesar da trajetória meteórica do clube da Região Metropolitana de Natal em apenas 10 anos de existência, o presidente Marconi Barretto, 69 anos, disse à GZH que o maior foco da equipe é o Estadual. Na primeira rodada da Copa do Brasil, a principal meta será não fazer vexame diante dos colorados.
— O nosso "gol" em 2022 é o Campeonato Potiguar, que pode nos dar um calendário para o ano todo. Mas, ainda assim, poupamos os atletas mais experientes na última rodada do Estadual (vitória por 3 a 1 sobre o Força e Luz) para termos força máxima contra o Inter, com o objetivo de não tomarmos uma goleada — revela, de forma sincera, o dirigente.
Empresário dedicado à construção civil e à agropecuária, Barretto fundou o Globo em 2012, na cidade de Ceará-Mirim, situada a 30 quilômetros da capital. O nome do clube foi escolhido em homenagem ao empresário Roberto Marinho, criador da Rede Globo, de quem o mandatário era grande admirador.
Dirigente à moda antiga, Barretto foi prefeito da cidade entre 2017 e 2020 e gere o Globo praticamente sozinho, sem a ajuda de outros dirigentes abnegados. Com uma folha de apenas R$ 80 mil, o clube mira chegar novamente às finais do Estadual e avançar às quartas de final da Copa do Nordeste. No segundo semestre, o objetivo será reconquistar o acesso à Série C, divisão que o time disputou em 2018, não conseguindo se manter. Já na Copa do Brasil, o que vier é lucro.
— Temos um time de meninos. São poucos os remanescentes do título do ano passado. Já o Inter é um dos maiores times do Brasil. Tomara que não tomemos uma goleada _ repete Barretto.
Globo-RN e Inter enfrentam-se nesta quinta (3), às 21h30min, em Ceará-Mirim, em jogo único. Empate ou vitória dão a classificação ao Inter, que está melhor posicionado no ranking da CBF.
Confira a seguir a entrevista de GZH com o presidente do Globo-RN, Marconi Barretto.
Como surgiu a ideia de fundar um clube de futebol em Ceará-Mirim?
Sou empresário da construção civil e, em 2012, construí um estádio com capacidade para 10 mil pessoas em apenas seis meses, com o objetivo de alugá-lo ao América-RN, que estava na Série B e, à época, sem estádio para jogar. Mas o América começou a perder, a torcida não gostou muito e começaram a dizer que o estádio dava problemas. Então, o América arrumou outro estádio e eu fiquei na mão. Então, decidi montar um time para jogar ali e fundei o Globo.
Como foi a ascensão do Globo em tão pouco tempo?
Inicialmente, jogamos a Segunda Divisão potiguar. No ano seguinte, subimos para a Primeira e, no primeiro ano na elite, fomos vice-campeões. Em 2018, chegamos a conquistar o acesso à Série C. Porém, me meti em uma eleição e fui eleito prefeito da cidade. Acabei abandonando o Globo e, como sou sozinho na gestão do clube, caímos novamente para a Série D. Ano passado, finalmente fomos campeões estaduais e conquistamos vaga na Copa do Nordeste e na Copa do Brasil. Hoje estamos na Série D e nosso objetivo é subir novamente para a Série C.
Mesmo sendo um clube novo, a comunidade de Ceará-Mirim abraça o Globo?
Ainda existe muita torcida de ABC e América aqui. Mas a cidade abraça o time e vai ao estádio quando o time está ganhando. Quando time perde, existe uma exigência muito grande. Por esse lado nosso aqui, não existe muito apoio. No Nordeste, o futebol em Pernambuco, Alagoas, Ceará e Bahia está à frente do Rio Grande do Norte. O nosso futebol merece uma reestruturação.
Por que o nome do clube é Globo?
Aos 60 anos, o Roberto Marinho estava em uma situação delicada, criou a Globo e se recompôs em um período muito rápido. Sempre tive uma admiração muito grande por ele. Por isso, o nome do clube.
Por que o uniforme do clube é inspirado nas cores da Alemanha?
Sempre tive uma admiração muito grande pela Alemanha, pela organização da Alemanha e pela forma séria como ela se recuperou depois da Segunda Guerra. Foi brilhante. Por isso, tive interesse em colocar as cores da bandeira alemã como uma homenagem aos alemães. Sempre gostamos da Alemanha.
Como está o time hoje?
Temos um time de meninos. Ganhamos no último fim de semana do Força e Luz por 3 a 1, com um time que tinha uma média de idade de 21 anos. Mas, contra o Inter, a média vai ser mais alta.
Qual a folha salarial do Grupo?
Na faixa de R$ 70 mil a R$ 80 mil.
O Globo joga de forma mais ofensiva ou defensiva?
Depende do adversário. Com o Inter, devemos ter um time mais fechadinho para segurar e tentar um gol.
Qual a expectativa de público para o jogo contra o Inter?
O Inter é um dos maiores times do Brasil e já foi campeão mundial. Queremos ver se botamos pelo menos 3 mil pessoas no estádio.
E como está o Estádio Barretão?
O gramado está ótimo. Na parte interna, também está tudo bem.
Qual o grande objetivo do Globo em 2022?
Temos chances ainda na Copa do Nordeste. Na Copa do Brasil, se passamos, receberemos uma cota muito boa. Mas o nosso "gol" em 2022 é o Campeonato Potiguar, que pode nos dar um calendário para o ano todo.
Mas mesmo com o Potiguar sendo prioridade, o Globo poupou titulares na última rodada?
Sim, poupamos os atletas mais experientes na última rodada do Estadual (vitória por 3 a 1 sobre o Força e Luz) para termos força máxima contra o Inter, até com o objetivo de não tomarmos uma goleada.