Com pouco menos de três semanas em Porto Alegre e prestes a completar um mês de acerto com o Colorado, Alexander Medina estreou na casamata do Inter nesta quarta-feira (26), no Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul.
A abertura do trabalho foi com um time que ainda se adapta aos conceitos que Medina tenta implementar na equipe. Na avaliação que fez no clube clube, ele já estava ciente sobre a iminente saída de Yuri Alberto e outras situações do ambiente da equipe, como a polêmica com Boschilia. E sobrou até mesmo bronca da arbitragem para cima do treinador.
Anunciado há exatamente um mês, em 27 de dezembro, Cacique Medina já tinha um conhecimento prévio sobre o time. Mesmo assim, o novo comandante e sua comissão particular passaram a analisar partidas. Foram cerca de 40 confrontos vistos pelos profissionais. Assim, o conhecimento das alternativas do plantel foi aprofundado.
Nas conversas com os dirigentes, além das análises sobre as opções no elenco, o treinador também relatou a necessidade de reforços. No planejamento, ele foi avisado sobre a possibilidade de perder Yuri Alberto para o futebol do Exterior. Por isso, testou a equipe em alguns treinamentos com Wesley Moraes, possível titular diante do União-FW, no próximo sábado, no Beira-Rio.
Apesar da transferência de Yuri encaminhada, Alexander Medina já passou dicas para o camisa 11. Ambos iniciaram uma relação positiva, assim como o uruguaio fez com outros jogadores. A comprovação disso é a celebração do segundo gol na vitória na estreia, quando Yuri imitou o agora treinador, ex-atacante, que comemorava imitando um arqueiro.
No vestiário, após o confronto, Yuri Alberto recebeu apoio da comissão. A confiança que a nova comissão técnica repassa é elogiada entre os atletas.
Operação Boschilia
O camisa 21 foi criticado recentemente, principalmente após o vazamento do áudio do ex-coordenador Paulo Paixão no mês de novembro. Sua permanência, até pela ausência de oportunidades com Diego Aguirre, foi debatida. Medina fez questão de salientar a importância do meia-atacante e destacou que conta com ele para o decorrer da temporada.
— É um grande jogador. Gostamos muito da forma como ele joga, muito inteligente para se movimentar com e sem a bola, estamos muito contente com a atuação dele — resumiu.
Medina é tratado como um treinador que exige alto rendimento, mas consegue manter a linha de agregador. As referências que os dirigentes receberam têm sido comprovadas nos 16 dias, contados a partir da representação da equipe, em que ele teve contato com o elenco.
Apesar de não ser tão falante, o uruguaio já teve uma amostragem das cobranças da arbitragem brasileira. Ele foi cobrado pelo comportamento à beira do gramado. Seus principais escudeiros no banco de reservas são Fernando Machado e Jadson Vieira. O trio conversa com frequência para analisar e debater as ações do time. No Alfredo Jaconi, foi possível notar o seu estilo de dividir as decisões.
A rotina de atividades até a antevéspera do confronto na Serra era de dois turnos em praticamente todos dias. Agora, com o começo dos jogos a cada três dias, os trabalhos terão as cargas naturalmente diminuídas.
Na tarde desta quinta e na sexta, Medina comandará os trabalhos visando ao embate diante do União-FW — o time poderá ter algumas trocas. A ideia é manter o mesmo ritmo, mas desta vez com o incentivo das arquibancadas do Beira-Rio.