Brian Rodríguez, Ezequiel Barco e Fabrício Bustos possuem, além da qualidade que desperta o interesse do Inter, nacionalidade estrangeira. Por isso, as investidas da direção colorada são calculadas. A ideia é reforçar o elenco, mas sem prejudicar a montagem dos relacionados a cada partida — pelas regras da CBF, apenas cinco estrangeiros podem fazer parte da lista por rodada nas competições nacionais. Mesmo assim, o mercado do Exterior faz parte da prospecção do departamento de futebol.
Em ocasiões anteriores, o Inter já passou da cota de estrangeiros. Um exemplo foi em 2021, quando a equipe chegou a ter sete sul-americanos à disposição de Diego Aguirre: Víctor Cuesta, Bruno Méndez, Saravia, Gabriel Mercado, Carlos Palacios, Paolo Guerrero e Juan Manuel Cuesta. Nos últimos meses, o lateral argentino e os atacantes peruano e colombiano foram liberados.
Na temporada passada, a comissão técnica tentou administrar a questão. Cuestinha subia apenas ocasionalmente para os profissionais e era mais frequentemente aproveitado no time sub-20. Quem geralmente sobrava das relações no Brasileirão era Gabriel Mercado ou Carlos Palacios, que ganhou mais chances após a rescisão de Paolo Guerrero.
Para 2022, agora com o técnico Alexander Medina, o quarteto deve ser aproveitado. Em paralelo, o Inter planeja contratar jogadores de qualidade, independentemente da nacionalidade. Caso negociações com dois dos três estrangeiros avancem, o limite não deve travar as contratações.
Atualmente, a direção vasculha o mercado por um lateral-direito e outro extrema. Por isso, as tratativas com Brian Rodríguez e Ezequiel Barco, ambos meias-atacantes, estão conectadas. A partir da conclusão de uma transação, a outra passa a ser descartada. Para o setor, o clube também fechou com David, ex-Fortaleza.
Na lateral direita, Bustos é um sonho colorado, mas tem situação complexa junto ao Independiente-ARG. A direção avalia se faz nova investida ou até mesmo se espera até o fim do vínculo do jogador com o clube argentino, no meio do ano. Atualmente, Heitor e Lucas Mazetti são os laterais de origem, mas Mercado também pode atuar pelo flanco.
Acúmulo de jogos
Uma consideração feita nos bastidores é de que o calendário é pesado. Mesmo com seis estrangeiros, seria possível manter uma espécie de rodízio. Por suspensões e lesões, todos teriam chances com Medina no decorrer da temporada.
Outro ponto é que na Copa Sul-Americana, organizada pela Conmebol, não há limitação por nacionalidade e todos poderiam atuar simultaneamente.
Apesar da possibilidade, a meta da direção é tentar não ultrapassar a cota. D'Alessandro, apesar de argentino, obteve cidadania brasileira e não ocupa uma vaga, o que dá mais flexibilidade para os responsáveis pelas contratações e para a comissão técnica.