O Inter encaminhou o acerto e deve anunciar Alexander Medina, o Cacique, como novo técnico da equipe para 2022 e 2023. Mas se o leitor passou o final de semana aproveitando os excessos do Natal e esperando o Bom Velhinho, não pense que isso foi simples assim e que, em tese, não traz novidades daquilo que leu em GZH antes do feriadão. Foi um final de semana agitado, com mudanças de nomes, reviravoltas em negociação, novos nomes, mais concorrência, expectativa, frustração e até uma viagem marcada às pressas e cancelada logo depois.
Para tentar contar essa história é preciso voltar até sexta-feira à tarde. Naquele momento, todos os sinais indicavam que Cacique Medina seria o técnico colorado. Então veio a informação de que Paulo Sousa, na verdade, era o alvo do Inter. Técnico da seleção polonesa, com repescagem das Eliminatórias pela frente, a dois jogos da Copa do Mundo, ele abriria mão disso em nome de voltar ao mercado por meio do futebol brasileiro.
Para concluir essa negociação, quatro dirigentes embarcariam para Portugal no domingo e teriam a reunião definitiva na segunda-feira. Estava tudo encaminhado, ele deixaria a Polônia, onde já tinha desgaste com o presidente da federação local e traria uma comissão técnica completa para começar o trabalho em janeiro.
Com essa novidade, foi aparecendo a narrativa de que Paulo Sousa sempre havia sido o ficha 1. E que a negociação fora difícil pela concorrência e pela situação contratual, por isso não podia fechar. Falava-se até que Medina tinha negociado com o Inter, mas os termos não estavam de acordo com os interesses do clube. Enfim, a ordem era demonstrar que o português foi, de fato, quem os colorados queriam.
Era véspera de Natal, já noite na Europa. Ainda assim, repórteres portugueses e poloneses estranharam esse acordo. Agentes do técnico fizeram o esperado e negaram negociações. Na prática, porém, nada havia mudado: a viagem estava mantida e existia a confiança do acerto.
Isso seguiu-se no sábado. O Natal era mais de espera para a viagem do dia seguinte do que propriamente de mudança. Pois no domingo ocorreu a reviravolta.
O jornal português Record amanheceu com a informação de que Paulo Sousa iria, sim, assinar com um time brasileiro. Mas não o Inter. O acordo era com o Flamengo. Dirigentes colorados nem chegaram a embarcar para Portugal.
De Porto Alegre, refizeram contatos com Cacique Medina e retomaram a negociação, que havia sido interrompida. A diferença entre a pedida salarial de Medina e a oferta do Inter era de R$ 130 mil mensais, divergência que foi contornada neste fim de semana.
Encaminhado com o Inter, Cacique Medina deve ser anunciado nesta segunda-feira pelo clube. Ele chega ao Beira-Rio com um contrato de dois anos e montará uma comissão técnica com mais quatro profissionais: os auxiliares Fernando Machado, Jadson Viera e Mariano Levisman e o preparador físico Richard "Papote" González.
Claro, se não mudar nada até segunda-feira. O Inter, os treinadores e os empresários trabalharam e surpreenderam mais do que o próprio Papai Noel neste Natal.