A escalada do Inter no Brasileirão, com direito a oito jogos de invencibilidade, fez o torcedor acreditar que poderia bater o líder Atlético-MG em pleno Mineirão. E, por boa parte do jogo realizado no último sábado (2), esta ilusão ganhou força. Porém, um gol de Keno, aos 33 minutos do segundo tempo, sentenciou a derrota de 1 a 0 e fez o Colorado colocar os pés no chão, adiando o ingresso na zona de classificação à Libertadores.
— Estávamos mal acostumados. Vínhamos de dois meses sem derrota e isso, obviamente, dói. Mas temos que resgatar as coisas boas que o time apresentou, a personalidade para jogar. Quero destacar isso como o mais importante do jogo — sentenciou o técnico Diego Aguirre.
Por boa parte da partida, a equipe pôs à prova a fórmula que fez o clube sair do rodapé da tabela para mirar o topo. Com dois volantes posicionados à frente da área, o treinador viu seus comandados endurecerem contra o favorito ao título nacional, com Yuri Alberto e Taison desperdiçando contra-ataques que poderiam ter gerado outro placar final.
Porém, as substituições feitas por Cuca na segunda etapa — entre elas, a entrada do autor do gol —, mudaram o cenário em Belo Horizonte, para a felicidade dos pouco mais de sete mil atleticanos, que compareceram ao estádio.
— Acho que faltou um pouco de tranquilidade, principalmente na hora de definir as jogadas. Tivemos volume, estivemos bem na partida e, no melhor momento deles, fizeram o gol. Já havia passado 30 minutos do segundo tempo e ficou ruim de buscar. Nossa equipe fez o que o professor havia proposto, mas o Atlético-MG tem qualidade e, em uma jogada individual, eles resolveram a partida — analisou Edenilson.
Enquanto o adversário foi exaltado por se reconstruir em meio à jornada, Aguirre foi acusado exatamente do contrário. A única mudança feita pelo uruguaio ocorreu somente após o marcador ter sido aberto, com Paolo Guerrero ingressando na vaga de Rodrigo Dourado.
— Acho que fizemos um bom jogo, contra um rival muito forte, e eu não vi motivos para fazer trocas porque entendia que os jogadores que estavam dentro de campo estavam fazendo um bom trabalho. Às vezes, não é uma obrigação mudar. Tínhamos boas opções no banco, mas para trocar tem que tirar alguém — explicou o comandante colorado:
— Ninguém sabe o que aconteceria com as trocas. Estamos falando de suposições e coisas que não aconteceram — defendeu-se ele.
Desfalques e maratona
Certo ou errado na decisão tomada em Minas Gerais, Aguirre será obrigado a olhar para o banco de reservas neste início de semana.
Além de perder o capitão e goleador Edenilson, que se apresenta à Seleção Brasileira para a rodada tripla das Eliminatórias (bem como Guerrero e Palacios, que servirão a Peru e Chile, respectivamente), o treinador terá de buscar uma alternativa para Víctor Cuesta, que recebeu o terceiro cartão amarelo.
E não haverá muito tempo para pensar e testar as novidades. Na próxima quarta-feira, o time encara o Ceará, em Fortaleza. Aliás, este será o cenário pelos próximos dias. Ao contrário do último mês, em que o elenco teve a semana cheia para treinamentos, o calendário será apertado a partir de agora, com jogos em sequência.
—Vamos vendo jogo a jogo. Não é uma situação que tem só o Inter, mas todos os times. Vamos trabalhando na recuperação dos jogadores, vamos ter opções de troca. Também é verdade que perdemos jogadores importantes que foram convocados para as seleções, mas senti que o Inter jogou de igual para igual hoje (sábado) e mostrou que está preparado para ganhar de qualquer um e fiquei feliz com a personalidade da equipe — comentou o técnico.
Confiante na retomada, Aguirre reencontra seu elenco na tarde desta segunda-feira (4), no CT Parque Gigante, quando iniciam as preparações para o próximo duelo.