O Inter segue em busca de um coordenador técnico. Um dos nomes cogitados, porém, garantiu não poderá assumir essa função neste momento. Em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (12), o ídolo colorado Paulo César Tinga afirmou que tem outros compromissos e não teria condições de trabalhar dentro de um time agora.
Além disso, Tinga entende que o Inter busca um profissional com perfil mais técnico, que tenha condições de discutir a parte tática e detalhes de treinamento com o treinador. Por isso, disse não se sentiria em condições de assumir essa função, mas indicou o nome de alguns ex-jogadores colorados para o cargo:
— O trabalho que eu fiz no Cruzeiro era diferente do que o Inter está procurando. Nem me vejo nessa condição. Posso citar nomes como Bolívar, Clemer, Iarley, Guiñazu, que fariam melhor do que eu essa parte de coordenação técnica. Eu fazia uma coisa mais ampla, conversava com a CBF, com a televisão, fazia mais coisas no clube.
O ex-jogador, no entanto, ressaltou a sua paixão pelo Inter e reafirmou que pretende trabalhar no clube um dia. Hoje, no entanto, a rotina de viagens e compromissos pessoas não permitiria que pudesse se dedicar o suficiente à instituição.
— Tenho certeza de que, um dia, vou trabalhar no Inter. Quando tiver uma oportunidade e eu tiver condições de entregar o que eu sei. Fico grato pela confiança, mas eu tenho uma vida hoje que não paro nunca, trabalho pra caramba. Eu não conseguiria parar e estar dentro do clube — esclareceu.
Tinga destacou, ainda, que recebeu convites de diversas equipes para diferentes cargos. Porém, reiterou que esse tipo de trabalho exige dedicação total, praticamente de 24 horas por dia, algo que ele não tem condições de entregar hoje.
— Não é só o Inter, tive convites para trabalhar em muitos clubes. Sempre falo que seria importante os clubes terem esse gestor técnico, pra fazer esse link com jogadores, comissão técnica, diretoria, imprensa. Mas é um trabalho muito delicado. Tem que entender um pouco de tudo, desde a parte tática, de treino, até o burocrático, a parte processual. E tem que fazer tudo isso sem ser notado, pra não assumir um protagonismo que não deveria. Sempre falam no meu nome, mas hoje não tenho condições de trabalhar em nenhum clube — ratificou.
Comemoração pelos 15 anos do título da Libertadores
O ex-jogador, ainda que não seja funcionário do clube, mantém contato com o Inter. Tanto que organizou, em parceria com outros ex-atletas e com o departamento de marketing colorado, um evento na próxima segunda-feira (16) para celebrar os 15 anos do "Dia Sem Fim", como ficou conhecida a data de 16 de agosto de 2006, quando um empate em 2 a 2 no Beira-Rio selou a conquista da América.
— É uma data histórica, onde as coisas mudaram. Eu e todo aquele grupo lembramos daquele título como um orgulho. Por ser gaúcho, torcedor do Inter, e tendo começado de outra forma, sempre sonhei dar uma alegria para o Inter. Então, tive essa ideia. Procurei o hotel, que é parceiro do Inter, procurei o Inter, e vamos viver aquele dia quase que da mesma forma. Vamos começar desde às 9h, com o café da manhã com alguns torcedores, até à noite finalizando com um live dentro do campo falando sobre o que passamos naquele dia — conta Tinga.
O evento poderá ser acompanhado pelas redes sociais do Inter e também do ex-jogador, no Instagram @tinga7oficial. De acordo com ele, também serão comercializadas 7 mil camisetas alusivas àquela conquista e será feita uma surpresa relacionada a Fernandão, ídolo colorado e capitão daquela conquista, que morreu em 2014, ao longo da live da noite.
— Se ele estivesse vivo, talvez não seria eu a estar organizando esse evento. O Fernando tinha essa mentalidade também, de resgatar a memória do clube. Vamos fazer uma surpresa bem legal, porque ele é o maior ídolo da historia do clube, o maior capitão que já tivemos, na minha visão de torcedor. Ele foi a referência nessa mudança do Inter. Essa geração vitoriosa foi comandada por ele e temos essa alegria de ver esse legado dele, o próprio filho que tem uma idade próxima de se profissionalizar. Por isso, estamos preparando uma surpresa bem legal — concluiu Tinga.