O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse nesta quarta-feira (15) que a Rússia vem planejando "atos terroristas" contra companhias aéreas de todo o mundo, acusando Moscou de organizar sabotagens e sequestros.
"Isso é tudo o que posso dizer, e não entrarei em detalhes, mas posso confirmar a validade desses temores, de que a Rússia tem planejado atos terroristas por via aérea, e não apenas contra a Polônia, mas contra companhias aéreas de todo o mundo", disse Tusk a repórteres em Varsóvia.
Tusk fez a declaração em frente ao presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, que viajou para a vizinha Polônia para uma série de reuniões poucos dias antes da posse do presidente dos EUA, Donald Trump.
A Polônia, membro da UE e da Otan, tem sido um dos principais aliados da Ucrânia desde que a Rússia invadiu o país em fevereiro de 2022.
De acordo com o primeiro-ministro, "os atos de sabotagem, as diferentes versões da guerra que a Rússia declarou contra todo o mundo civilizado, e não apenas contra a Ucrânia, exigem uma ação comum".
Com a Polônia ocupando a presidência rotativa da UE, Tusk prometeu fazer todo o possível para "superar o impasse" no processo de adesão da Ucrânia à UE.
"A presidência polonesa vai superar o impasse que se manifestou nos últimos meses. E trabalharemos com a Ucrânia e nossos parceiros europeus, sem condições prévias, para acelerar o processo de adesão o máximo possível", disse ele.
Por sua vez, Zelensky enfatizou que "quanto mais cedo a Ucrânia estiver na UE, quanto mais cedo for membro da Otan, quanto mais cedo agirmos juntos, mais cedo toda a Europa terá a certeza geopolítica de que precisa".
"A Rússia não irá para onde está nossa integração, nossa força comum", acrescentou.
Zelensky tem multiplicado as reuniões com apoiadores ucranianos antes do retorno de Donald Trump à Casa Branca na próxima segunda-feira.
O republicano prometeu um fim rápido para os combates assim que assumir o cargo, aumentando os temores de que a Ucrânia seja forçada a fazer grandes concessões territoriais em troca da paz.
Tusk e Zelensky também discutiram a resolução de uma disputa de décadas sobre os massacres de poloneses na Segunda Guerra Mundial em Volyn, uma cidade hoje no oeste da Ucrânia.
Tusk, cuja aliança pró-UE no poder enfrenta uma eleição presidencial em maio, está sob pressão dos nacionalistas para exumar as vítimas dos massacres.
* AFP