Vice-presidente de futebol do Inter desde o começo da gestão de Alessandro Barcellos, João Patrício Herrmann não é mais unanimidade no cargo. O dirigente sofre forte pressão por parte de conselheiros e torcedores para deixar a função. A mudança é debatida internamente e em conversas paralelas de componentes do Conselho de Gestão nas últimas horas.
Apontado como referência política no movimento “Convergência Colorada”, Herrmann tem estofo e trajetória no clube. Não somente pela ligação familiar com a instituição, já que o seu pai, Eraldo Herrmann, foi campeão brasileiro como presidente em 1975, mas pela posição no próprio Conselho Deliberativo e como vice-eleito na gestão de Marcelo Medeiros, entre 2017 e 2020.
João Patrício tem posicionamento firmes e fortes e isso tem gerado desconforto internamente. Pela sua ligação e conjectura de conchavos políticos, acredita-se que é um quebra-cabeça alterar sua função e não romper a aliança montada para o pleito do final do ano passado.
São três cenários projetados no momento: convencer o atual vice de futebol a pedir o desligamento do cargo, algo pouco provável na visão de alguns dirigentes. Por isso, as trocas de mensagens foram intensificadas para tomar uma decisão, nem que seja pela mudança dos atuais nomes do departamento.
— Agiremos hoje — disse um membro do Conselho de Gestão por WhatsApp sobre a situação no departamento de futebol.
As outras duas questões projetadas no momento nos corredores do Beira-Rio: a decisão ser tomada pelos componentes do Conselho de Gestão e Herrmann ser afastado da função. A última, que é ligada à segunda, é já convencer um substituto que se encaixe no projeto da gestão, mas também consiga agradar a todos os quadros da política colorada.
Formam os pilares da gestão que comanda o Inter: o Academia Colorada, de Alessandro Barcellos, com o Inove Inter e o Convergência Colorada. Mesmo com o mandatário, o seu movimento ainda é o menor no Conselho Deliberativo. Os outros possuem mais força. Por isso, um rompimento agora poderia gerar um incômodo na parceria que vai administrar o clube até o final de 2023.
A pressão dos torcedores, que é público, além do movimento nos bastidores, pesam contra a direção. Por isso, qualquer alteração é amplamente analisada por Barcellos e os demais membros do Conselho de Gestão: Dannie Dubin, Arthur Caleffi, Luiz Carlos Bortolini e Humberto Busnello.
Outro que sofre críticas pelo desempenho na função é o executivo Paulo Bracks. Contratado no final de 2020 para substituir Rodrigo Caetano, o profissional é contestado pela ausência de agilidade para fechar contratações. Porém, como ele “apenas” cumpre determinações de outros dirigentes, ainda possui crédito.
Entende-se que até a reunião presencial do Conselho de Gestão, que ocorre todas às segundas no final da tarde, qualquer situação deverá estar decidida. Por isso, o domingo (1) deverá ser derradeiro para a permanência do quadro atual ou pela mudança na principal área colorada.