A presença de Edenilson entre os novos convocados da Seleção Brasileira foi a grande notícia da tarde desta sexta-feira (27) em Porto Alegre. Ao lado de outros oito jogadores, o meio-campista do Inter foi chamado para servir à equipe de Tite para as próximas três rodadas das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, contra Chile, Argentina e Peru.
Não é de hoje que o jogador conta com a admiração do treinador, que já havia seu comandante no Corinthians, entre 2011 e 2013. Porém, o máximo que havia conseguido era aparecer na pré-lista para a Copa América de 2021, disputada entre junho e julho. Como nenhum dos convocados foi cortado, ele acompanhou o vice-campeonato à distância. Agora, enfim, terá sua oportunidade de vestir a camisa amarelinha graças ao "boicote" promovido pelos clubes ingleses.
Na última terça-feira (24), a Premier League divulgou um comunicado informando a decisão de não liberar jogadores convocados para seleções que vão disputar partidas nos 60 países considerados na "lista vermelha" do Reino Unido, por conta do alto risco de contaminação por covid-19.
Entre as nações apontadas pelo governo inglês, aparecem todos os federados da Conmebol. E, caso algum dos atletas fosse liberado, teria de cumprir quarentena de 10 dias ao retornar ao país, desfalcando sua própria equipe por este período.
Desta forma, a medida foi apoiada de maneira unânime pelos clubes que disputam o campeonato nacional, com 60 profissionais sendo impedidos de se apresentar às suas respectivas seleções. Entre eles, nove brasileiros: Alisson, Fabinho e Roberto Fimino (Liverpool), Ederson e Gabriel Jesus (Manchester City), Thiago Silva (Chelsea), Richarlison (Everton), Fred (Manchester United) e Raphinha (Leeds United).
Portanto, para preencher estas vagas, foram chamados os goleiros Santos (Athletico-PR) e Everson (Atlético-MG), o zagueiro Miranda (São Paulo), os meias Edenilson (Inter), Gerson (Olympique de Marselha) e Matheus Nunes (Sporting), e os atacantes Vinícius Júnior (Real Madrid), Hulk (Atlético-MG) e Malcom (Zenit).
A grande questão é saber se, de fato, as rodadas das Eliminatórias — agendadas para ocorrer nos dias 2, 5 e 9 de setembro — irão ocorrer.
A dúvida permanece já que o "boicote" promovido pelos ingleses inspirou outras ligas a fazerem o mesmo. Na quarta (25), a Série A, que organiza o campeonato italiano, comunicou que apoia a decisão de não ceder os jogadores que atuam por lá. Na atual lista de Tite, há dois: os laterais Danilo e Alex Sandro, da Juventus.
Um dia depois, foi a vez dos espanhóis da La Liga se manifestarem no mesmo sentido, iniciando medidas cautelares na Justiça para impedir que os atletas embarcassem, criticando ainda o aumento de nove para 11 dias de Datas Fifa. Por fim, nesta quinta-feira (26), a Liga Francesa de Futebol Profissional (LFP) se somou à reclamação.
— Peço uma demonstração de solidariedade de cada associação que faz parte da Fifa, cada liga, cada clube, para fazer o que é correto e justo para o futebol mundial. Muitos dos melhores atletas do mundo competem nas ligas da Inglaterra e da Espanha. Acreditamos que esses países também dividem a responsabilidade de preservar e proteger a integridade esportiva das competições pelo mundo — declarou o presidente da Fifa, Gianni Infantino.
