A lesão muscular de Taison, que o tirará de atividade por pelo menos três semanas, tende a agravar um problema do Inter. O time não faz um gol que tenha origem diferente de bola parada (falta, pênalti ou escanteio) desde que Yuri Alberto marcou contra o Olimpia. Ou seja, no domingo, dia do confronto com o Ceará, terá completado um mês.
O time que fazia bastante gol, e não só no Gauchão, deu lugar a uma equipe com enormes dificuldades de ir às redes. Depois de ter marcado 10 vezes em dois jogos em casa na Libertadores, diminuiu drasticamente o aproveitamento. Para piorar, perdeu seu principal criador.
Taison é o maior responsável pela criação das jogadas. Segundo o Sofascore, site especializado em estatísticas, o camisa 10 deu 20 passes decisivos (o equivalente a deixar algum companheiro em condição de marcar). E nenhum deles virou gol. Seus chutes também não cruzaram a linha.
De fato, o Inter até produz. Desde o 1 a 0 contra o Olimpia, foram 91 chutes em oito partidas. Mas apenas 27 encontraram a direção do gol. Isso sem contar os casos em que nem sequer houve finalização, como a de Galhardo contra o Atlético-MG, que tentou driblar Everson e foi desarmado depois de ter ficado cara a cara com o goleiro.
O que não deixa de ser curioso é que são jogadores que mantinham boa média, como Yuri Alberto e o próprio Galhardo, um dos maiores goleadores do Brasileirão passado. Osmar Loss, nas duas últimas partidas, tentou um sistema que encaixasse os dois no time, mas diferentemente de Eduardo Coudet, por exemplo, que preferia um esquema com dois atacantes, o atual interino colorado mandou Yuri para a ponta direita. O camisa 11 até entrou bastante na área, mas muito mais por cacoete do que propriamente por posicionamento prévio. Uma das explicações é que, na hora de recompor, o Inter perde menos capacidade com Yuri do que se deslocasse Taison para esse setor.
Com a lesão de Taison e a provável entrada de Mauricio na função (foi ele o escolhido para substituir o capitão quando precisou deixar o campo diante do Galo), será possível tentar retomar a ideia de ter dois atacantes centralizados. Isso porque o ex-jogador do Cruzeiro já executou a função de extrema direita, inclusive no próprio Inter.
Os treinos de sexta e sábado encaminharão o time que enfrentará o Ceará. Cuesta, que será reavaliado dia a dia pela pancada no tórax, é dúvida. Ele não teve fratura, o que facilitará na recuperação.
Enquanto vasculha o mercado e finaliza a seleção para técnico, o Inter volta os olhos para a pontaria. E corre contra o tempo para recuperar a força do Beira-Rio. Um de seus principais aliados, o estádio (mesmo que vazio) não vê uma vitória colorada desde os 4 a 1 sobre o Juventude, em 8 de maio.
Gols desde Inter x Olimpia
23 de maio — Grêmio 1x1 Inter
Rodrigo Dourado aproveitou cobrança de falta de Moisés, subiu mais do que a zaga gremista e marcou de cabeça.
30 de maio — Inter 2x2 Sport
Edenilson converteu pênalti; Lindoso cabeceou após cobrança de escanteio da direita.
3 de junho — Vitória 0x1 Inter
Thiago Galhardo sofreu e converteu o pênalti que deu a vitória no jogo de ida da Copa do Brasil.
6 de junho — Fortaleza 5x1 Inter
Praxedes apareceu sozinho no meio da zaga do Fortaleza, que já goleava, e marcou de cabeça após cobrança de falta da esquerda.
10 de junho — Inter 1x3 Vitória
Johnny deu o toque final em uma jogada que começou com falta de Edenilson para a área e desvio de Cuesta.
13 de junho — Bahia 0x1 Inter
Edenilson foi lançado por Taison e, ao driblar o goleiro, sofreu pênalti. Ele mesmo cobrou e guardou.
Últimos 8 jogos
Inter teve 91 finalizações, apenas 27 foram na direção do gol