A tendência é de que a equipe de Miguel Angel Ramírez não tenha um armador, pelo menos no primeiro semestre, o que deixa alguns colorados apreensivos. Para o torcedor médio do Inter, esta função é uma espécie de pedra filosofal, aquela que permite a qualquer alquimista transformar o metal inferior em ouro. Nosso druida maior se despediu: sabíamos que Andrés D'Alessandro era capaz de transformar qualquer passe em assistência, mas ele não está mais aqui. Taison irá substituí-lo na camisa 10, mas a sua real posição ainda é uma incógnita. Contratar um novo D'Ale é inviável.
No Del Valle de Ramírez, a pedra filosofal estava na frente da zaga, com Pellerano sendo o armador. Porém, Rodrigo Dourado não tem vocação para mago das assistências, tanto é que posicioná-lo na zaga passa a ser uma hipótese viável.
Contra o Deportivo Táchira, Ramírez esteve perto de encontrar o caminho. Não encontrou o alquimista supremo, mas dividiu a sua tarefa em duas pessoas: Mauricio e Patrick. Eles passaram a adotar um híbrido entre meia armador e ponta esquerda, se revezando naquela posição e, eventualmente, encontrando os passes certos para os centroavantes.
No sistema 4-3-3, Patrick estava fadado a ser um volante marcador ou esperar sentado pela bola na ponta esquerda. Contra o Táchira, ele encontrou o meio termo entre essas duas posições, com auxílio do jovem ex-cruzeirense. Isso facilita inclusive a entrada de Taison no time, pois ele pode atuar em qualquer uma daquelas posições.
Déficit histórico
Quem quer ver o tamanho do buraco em que o Inter se meteu precisa analisar com cuidado o que foi a análise das contas de 2020 pelo Conselho Deliberativo. A situação é crítica e a margem de erro, mínima.