A crise financeira do Inter atingiu patamares mais graves em 2020. Ainda neste mês, a direção colorada apresentará ao Conselho Deliberativo o balanço do ano passado, que registrará o maior prejuízo da história do clube. Nos próximos meses, a gestão pretende cortar gastos para terminar 2021 com déficit zero.
O maior saldo negativo já registrado até hoje pelo Inter foi em 2017, quando o rombo bateu na casa dos R$ 62 milhões. Como as contas de 2020 estão na fase de análise por uma auditoria independente, os números atuais ainda não foram revelados. Mas, conforme apurado por GZH, o déficit será muito superior ao apresentado há três anos, podendo inclusive ultrapassar os R$ 90 milhões.
A última vez em que o Inter apresentou superávit foi em 2015, na gestão Vitorio Piffero. Naquele ano, o resultado positivo foi de R$ 27,5 milhões. Contudo, no ano seguinte, o clube terminou com déficit de R$ 11,1 milhões, e as contas foram alvo de denúncias do Ministério Público devido a suspeitas de irregularidades, que ainda são analisadas pela Justiça.
Após o prejuízo recorde de R$ 62,6 milhões em 2017, a gestão Marcelo Medeiros reduziu o déficit para R$ 9,5 milhões, em 2018, e R$ 3 milhões, em 2019.
Em setembro de 2020, após os primeiros impactos do coronavírus, a antiga direção refez o orçamento e estimou um prejuízo de R$ 63 milhões. Contudo, os números superarão e muito a estimativa. Um dos motivos é a continuidade (e o agravamento) da pandemia, quadro que não era cogitado no ano passado.
Apesar do cenário delicado, a direção atual, que tomou posse em janeiro, tem como meta fechar 2021 sem déficit. No plano orçamentário já aprovado pelo Conselho, a estimativa é de um pequeno superávit de aproximadamente R$ 200 mil. Nos próximos dias, o presidente, Alessandro Barcellos, e os vice-presidentes do Conselho de Gestão definirão medidas para cortar gastos em praticamente todas as áreas do clube.
No futebol, a ideia é aliviar a folha de pagamento, emprestando ou liberando jogadores que não serão aproveitados pelo técnico Miguel Ángel Ramírez. A meta é arrecadar R$ 90 milhões com vendas de jogadores e, além disso, o clube deve fazer poucas contratações, buscando a criatividade para reforçar a equipe sem onerar os cofres.