Gustavo Grossi foi apresentado nesta quinta-feira (11) como o novo gerente-executivo das categorias de base do Inter. Ele chega com o peso de um trabalho de praticamente seis anos em um dos clubes mais vitoriosos da América do Sul nas últimas temporadas. Junto a Marcelo Gallardo no River Plate, o novo dirigente colorado formou praticamente uma escola de futebol no alvirrubro de Buenos Aires.
Como deixou claro em sua entrevista coletiva de apresentação, Grossi vem para construir um DNA de futebol colorado ao lado de Paulo Bracks e Miguel Ángel Ramírez, diretor-executivo e técnico, respectivamente. O processo, segundo o dirigente, é longo e deve durar mais do que os três anos de gestão do presidente Alessandro Barcellos.
— O objetivo é sempre que a primeira troca do treinador seja um atleta da base, o presidente pode contratar atletas de renome e os jogadores alternativos sejam da base. Essa perspectiva vai persistir, mas não sei por quanto tempo. Quanto mais atletas da base, mais patrimônio e mais identidade existirá. Os projetos têm médio e largo prazo, eu tenho que resolver um projeto para o futuro do Inter — disse em sua apresentação.
No River Plate, chegou em momento parecido. Um ano antes (em 2015), o clube havia sido campeão da Libertadores e o trabalho de Gallardo dava seus primeiros passos na construção da força do time argentino. Ele tinha como principal missão formar jogadores com o "estilo River Plate", através de um projeto gradativo, que durou — porque ele deixou a equipe em 2021 — quase cincos anos.
Em seus primeiros passos dentro dos "Millionarios", como o River é conhecido na Argentina, Grossi também funcionou como uma das engrenagens do processo de captação de jogadores para a equipe principal de Gallardo, caso de Nicolas De La Cruz, que foi contratado do Liverpool-URU.
Em entrevista ao Footure, em novembro de 2020, o argentino admitiu que aquele processo não foi o ideal, mas que contrataram o jogador pois não tinham ninguém naquele estilo. O trabalho dele seria fazer com que a base passasse a formar jogadores assim, para o River não precisar mais ir ao mercado buscando esse tipo de atleta.
O trabalho do gerente-executivo da base do Inter deu resultados imediatos no clube argentino, como a venda do meia Exequiel Palacios ao Bayer Leverkusen por 17 milhões de euros (R$ 62 milhões na cotação da época), a saída do zagueiro Lucas Martínez Quarta para a Fiorentina rendeu cerca de 10 milhões de euros (à época R$ 55 milhões) e no último mês a venda do meia Santiago Sosa, de 21 anos, para o Atlanta United dos Estados Unidos por 5 milhões de euros (R$ 33,2 milhões). A venda do trio rendeu cerca de R$ 150 milhões ao clube.
Não apenas propiciou vendas para o River Plate, como também deixou um legado de jogadores formados na base do clube para construir uma espinha dorsal do atual time de Gallardo, como o lateral-direito Montiel e os atacantes Julian Alvárez e Ezequiel Girotti, que, inclusive, já marcou um gol em um clássico contra o Boca Juniros.
Além da venda e do uso de jogadores na equipe principal do clube argentino, atletas emprestados pelo River através do trabalho de Grossi também têm se destacado no cenário internacional, como o meia Enzo Fernández, de 20 anos, que atua pelo Defensa y Justicia, sendo um dos principais destaques da equipe de Hernán Crespo (agora no São Paulo) na conquista da Copa Sul-Americana. Ele fica na equipe até o fim de 2021 e depois retorna ao time de Marcelo Gallardo.
Principais jogadores revelados por Gustavo Grossi no River
- Exequiel Palacios (meia)
- Lucas Martínez Quarta (zagueiro)
- Santiago Sosa (meia)
- Montiel (lateral)
- Julian Alvárez (atacante)
- Ezequiel Girotti (atacante)
Principais vendas de jogadores revelados por Grossi
- Exequiel Palacios (meia): 17 milhões de euros (R$ 62 milhões na cotação da época)
- Lucas Martínez Quarta (zagueiro): 10 milhões de euros (à época R$ 55 milhões)
- Santiago Sosa (meia): 5 milhões de euros (R$ 33,2 milhões)
Total: 32 milhões de euros (R$ 150 milhões)