A vitória do Inter contra o Ypiranga, no domingo passado (14), pelo Gauchão, marcou a volta de Paolo Guerrero aos gramados. Por conta de uma grave lesão sofrida em agosto de 2020, o centroavante ficou mais de 200 dias sem poder atuar pelo Colorado. Em entrevista realizada nesta quarta-feira (17), o peruano lembrou das dificuldades que tiveram que ser superadas durante o período de recuperação.
— Os dias passavam mais lentos. Era complicado. Às vezes, não conseguia dormir por conta das dores. Era muito incômodo. Tudo que você passa nesse tempo é muito sacrificante. O atleta gosta é de estar jogando, estar treinando — afirmou.
Guerrero rompeu os ligamentos do joelho direito na partida diante do Fluminense, pelo Brasileirão, no Maracanã. A disputa com o zagueiro Luccas Claro e, principalmente, a dor sofrida no momento, ainda não foram esquecidas.
— No momento da jogada, me lembro que o Thiago (Galhardo) tentou enfiar a bola e eu tentei chegar nela. Não tinha visto o zagueiro chegar. Tentei dar uma ajeitada na bola e ele chegou muito forte. No primeiro momento, senti muita dor. Senti que alguma coisa havia quebrado, mas nunca imaginei que tinha sido o ligamento. Pensei que fosse algo mais suave. Sabia que não poderia continuar. Não conseguia nem caminhar direito. No hotel, o médico já me falou que era o ligamento — relembrou.
No decorrer da reabilitação, Guerrero teve que conviver com a ansiedade de não poder ajudar os companheiros. O peruano cita que as rodadas finais do campeonato nacional, com a briga entre Inter e Flamengo pela taça, foram difíceis de acompanhar.
— O mais difícil era ver os meus companheiros jogar. Teve momentos em que queria estar com eles. A vida dentro do futebol, de concentração e treinos, é muito boa para mim. Deixar de fazer isso foi ruim. Estava limitado. Tentava ver os jogos, mas na verdade eu queria estar junto dos meus companheiros. Foram momentos muito difíceis. Também queria ser parte, mas tinha que ser aos poucos. O meu desespero era de querer estar junto dos companheiros. Sabia que estávamos lutando pelo Brasileirão. Sou muito ansioso e queria ajudar meus companheiros de alguma maneira — ressaltou.
Aos 37 anos, Guerrero está feliz por voltar a rotina que se acostumou a viver desde o início da carreira. O objetivo é voltar ao ritmo que apresentava antes da contusão, o que só será readquirido com muito trabalho.
— Voltar a jogar não tem preço. Estou muito feliz. Voltar a jogar depois de tanto tempo é uma situação diferente. Senti como se tudo fosse novo. Agora só quero dar sequência. Vou tentar voltar o mais rápido rápido possível ao meu nível. Sei que vai ser difícil, pois foi uma lesão em que fiquei muito tempo parado. É um período que te deixa com muitos medos, mas vou conseguir melhorar com o dia a dia — projetou.
Desde a estreia pelo Inter, em abril de 2019, Guerrero disputou 57 partidas pelo clube gaúcho e marcou 30 gols. A expectativa é por aumentar esses números em 2021.
— Tenho uma expectativa máxima. Estou mais empolgado. Será um ano muito importante para mim. Tomara que em 2021 possamos conseguir muitas coisas — finalizou.