O ciclo de Abel Braga no Inter está chegando ao fim. Tudo leva a crer que o técnico campeão da Libertadores e do Mundial em 2006 vai encerrar mais uma passagem pelo Beira-Rio após a partida contra o Bahia, no próximo final de semana (27), em Salvador. Um dos fatores que podem facilitar a saída do técnico é um detalhe em seu contrato. Afinal, ele não prevê multa rescisória.
Abel disse em entrevista coletiva que não foi contratado pelo Inter, mas sim "convocado". A prova de que a chegada do treinador é praticamente um acordo e não um contrato é a inexistência de multa para ambas as partes. Ou seja, se ele quiser deixar Porto Alegre ou se a nova direção quiser demiti-lo, ninguém arca com custo algum.
Esta cláusula foi uma antecipação da atual gestão. Sabendo que contrataria um técnico que por dois meses teria que trabalhar com uma direção que não teve contato com ele, o presidente Marcelo Medeiros fez este acerto com Abel. O clube e o treinador saberiam que a situação poderia ficar insustentável com o presidente eleito – agora, Alessandro Barcellos - confiando a casamata a um novo nome.
Isto não quer dizer que Barcellos desrespeita ou não vai fazer uma saída honrosa para um dos maiores treinadores da história dos colorados. Pelo contrário. O futuro mandatário, aliás, não cansa de repetir que está analisando como fazer uma transição da melhor maneira possível.
Assim, o caminho está aberto para que Barcellos acerte com Miguel Ángel Ramírez para janeiro do ano que vem, e o espanhol poderia ser anunciado junto com o novo departamento de futebol e iniciar o planejamento para a temporada de 2021 o quanto antes.